MENU
dossiê promocional
especial segurança
e cibersegurança | ABERTURA

Segurança e cibersegurança em tempo de crise

A segurança é, sobretudo, um benefício ao qual todos temos direito. É também uma certeza. Em relação à internet, que as empresas que operam através dela asseguram a confidencialidade dos dados que lhes fornecemos e as transações que fazemos com cada uma delas

Texto: José Miguel Dentinho



A segurança é uma certeza. Quando se diz que algo é seguro, significa que é certo, correto, firme e estável, indubitável. Isso permite que esteja ao abrigo de quaisquer perigos, danos ou riscos. Essa certeza assegura-nos que podemos fazer a travessia de um rio por cima de uma ponte, porque toda a sua estrutura é firme e estável. E que as leis de um estado de direito, que estabelecem limites ao comportamento dos seus cidadãos e à forma como agem, em sociedade e em termos gerais, são certas e estão corretas. Só assim podemos confiar nelas.

Um bem a que todos têm direito

Também temos como certa, ou quase, a segurança alimentar que nos permite ter a disponibilidade e o acesso aos bens alimentares, com qualidade e em quantidade suficientes para nos sustentar. Pelo menos no nosso país, dado que isso não acontece, como se sabe, em todos as partes de um mundo onde ainda há milhares de pessoas a morrer diariamente de fome. A segurança alimentar apenas faz sentido a partir do momento em que se verifica que todas as pessoas têm, em qualquer instante, acesso físico e económico a alimentos para satisfazer as suas necessidades.

A segurança é, sobretudo, um benefício ao qual todos temos direito. É ao estado que compete defendê-la, para assegurar, não só o bem-estar e a qualidade vida dos cidadãos, mas também a proteção dos bens individuais e dos que todos partilhamos. Do condomínio de apartamentos de uma cidade qualquer, a todo o território nacional, incluindo os seus hospitais e outros serviços de saúde, estabelecimentos de ensino e investigação, estradas e ferrovias, monumentos, paisagens e muitas coisas mais que, por vezes, esquecemos que são de todos nós, e que os partilhamos.


Segurança privada

Numa altura em que atravessamos um momento de crise sem precedentes, pelo menos desde que a democracia foi de novo implantada em Portugal, há 46 anos, faz todo o sentido abordarmos o tema da segurança.

Em tempos de crise, a procura dos serviços de segurança privada deverá crescer ainda mais em todo o mundo. Nos últimos anos, esta área de negócio tem crescido de forma sustentada e os seus lucros têm aumentado nos Estados Unidos, Europa e Ásia. A receita do mercado global de tecnologia e serviços de segurança deverá chegar a um valor próximo dos 220 mil milhões de euros até ao final deste ano, segundo a consultora alemã Statista. “Somente com o apoio da segurança privada é possível atender a uma procura em constante evolução, com uma oferta abrangente de segurança que inclua a proteção de ativos, do território e das pessoas, e apoiar políticas antiterroristas”, defende Luigi Gabriele, presidente da FederSicurezza, federação italiana do sector de vigilância e segurança privada, acrescentando que “um sistema de segurança totalmente integrado exige uma complementaridade absoluta, não sobreposição, entre as forças de segurança pública e as empresas de segurança privada, e requer uma sinergia eficiente entre recursos humanos e tecnologias”. Segundo a Confederação Europeia de Serviços de Segurança (CoESS), que envolve 24 Associação de Segurança privada em 17 países da Comunidade Europeia, há, hoje, 45 mil empresas neste sector no nosso continente, que empregam cerca de dois milhões de profissionais.

A segurança privada tem um papel importante, em Portugal, na proteção de pessoas e bens e na prevenção e dissuasão de atos ilícitos, complementando a função do estado nesse sentido. Apesar de ser uma força complementar e subsidiária das Forças de Segurança, não pode exercer as funções da Polícia de Segurança Pública ou da Guarda Nacional Republicana. Mas fá-lo, por exemplo, através da vigilância humana e eletrónica, das revistas à porta dos estádios de futebol ou nas entradas para outros espetáculos, e também atua no sector de transporte de valores. Em Portugal, a sociedade reconhece-a e convive com ela em aeroportos, centros comerciais, salas de espetáculos e recintos desportivos, em empresas e instituições.


Cibersegurança

A Polícia Judiciária deteve, recentemente, um jovem de 19 anos que terá sido responsável por piratear o site do Benfica e da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol. Pertence, ao que parece, ao grupo de hackers CybertTeam em Portugal, que entrou, também este ano, na Altice. Entre as entidades alvo dos ataques encontravam-se o Ministério da Saúde, a Universidade Nova de Lisboa, o Ministério da Cultura e diversos museus, informa um comunicado Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), do Ministério Público de Portugal. Um pouco antes, a 13 de abril, um grupo de hackers tinha avançado, na área da internet onde os acessos não são rastreáveis, a dark web, com um pedido de resgate à EDP para desbloquear ficheiros informáticos da empresa. Estes são apenas alguns exemplos do que também se passa nos dias de hoje com a democratização da internet, para além da facilidade de comunicação, do acesso à informação e da descentralização de serviços, entre outros.

Quase todos os dias se houve falar de ficheiros pirateados em muitas das empresas e organizações que nos pedem os dados. Só no início deste ano, foi revelado que mais de 700 milhões de milhões de e-mails estavam disponíveis na internet. Isso faz com que muitos dos cidadãos comuns recebam sistematicamente mensagens de spam, comunicação comercial que não desejam e até pedidos de resgate individuais de contas de e-mail, algo que parece aterrador, mas cuja solução pode estar apenas à distância da eliminação do e-mail ou, quanto muito, da mudança da password.

Como é de segurança que falamos neste especial da revista Exame, iremos procurar ainda explicar de que forma é que as empresas, que usam ou operam no mercado através da internet, asseguram os nossos dados, as transações que fazemos com cada uma delas, entregando o que prometem a tempo e horas, pelo preço acordado, e com a qualidade percebida.


PUB