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SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL | entrevista

Energia verde cresce em Portugal

Emanuel Proença, CEO Prio Bio e Supply

Prio aposta cada vez mais na produção de biocombustíveis a partir de resíduos e vai investir no hidrogénio verde





A PRIO é a maior produtora de biocombustíveis ultrassustentáveis em Portugal e em 2022 foi responsável por mais de um terço das poupanças de CO2 na área da mobilidade nacional. Segundo Emanuel Proença, CEO PRIO Bio e Supply, a empresa já está a trabalhar no desenvolvimento de novas fábricas capazes de produzir mais energia verde para a mobilidade e de trazer mais soluções para o leque de opções de descarbonização da mobilidade em Portugal.

A crise mais recente que está a afetar significativamente a nossa economia, e a mundial, está a levantar, mais uma vez, a necessidade de os países se tornarem cada vez mais autossuficientes. Como é que Portugal poderá fazer isso e, ao mesmo tempo, assegurar a cobertura das suas necessidades de consumo energético para a indústria, serviços, consumo doméstico e mobilidade?

Começamos o novo ano com vários desafios. Entre eles estão uma economia com condicionamentos e o aumento dos custos das diversas matérias-primas, consoante a dificuldade de estabilização das respetivas cadeias de abastecimento e transporte. Para além disso, as alterações climáticas dão sinais crescentes dos seus efeitos e aumenta a pressão da sociedade, governos e organizações não-governamentais para que se caminhe a passo acelerado para um mundo descarbonizado.

Na PRIO acreditamos que a melhor forma de enfrentar e vencer os desafios é encará-los como geradores de oportunidades. Todos os acontecimentos dos anos recentes no ambiente e na economia mundiais são, evidentemente, fortes aceleradores da transição energética. As organizações públicas e privadas estão hoje mais atentas ao desafio de reduzir a pegada carbónica das suas atividades sem comprometer os desígnios da operacionalidade e a boa gestão de custos. A PRIO trabalha já com várias entidades na redução da pegada carbónica dos seus transportes e os resultados são cada vez mais interessantes.

Como fazer mais e melhor com menor custo ambiental é um lema que devia estar presente em todas as reuniões de direção de qualquer empresa ou organismo público, porque essa será a forma de vencer um dos grandes desafios da nossa geração. Sabemos que grande parte das emissões de CO2 são originadas por veículos. Aqueles que nos transportam e os que transportam as nossas mercadorias. Falo de carros, autocarros, camiões, mas também de embarcações, que fazem uma infinitude de quilómetros por ano em travessias mundiais. E cada quilómetro implica uma dose de CO2 lançada para a atmosfera. Aqui está o desafio que mais nos diz respeito: encontrar soluções para reduzir a pegada carbónica dos clientes e parceiros da PRIO sem comprometer os seus objetivos de operacionalidade e custo, para os ajudar a superar o desafio da transição energética. Já temos várias respostas para isso e acreditamos que o futuro passará por um portefólio multienergético, complementar entre si, que dará ao consumidor o poder de escolher as opções mais sustentáveis.

O objetivo das zero emissões líquidas não depende apenas do empenho das empresas e dos seus gestores. É também uma responsabilidade de governos, instituições e pessoas de todo o mundo. Quais são as suas principais implicações?

Para que atitudes amigas do ambiente não passem em branco, a legislação europeia implementou políticas de incentivo ao uso e produção de energias renováveis. As normas estabelecem metas obrigatórias de incorporação de energias renováveis nos transportes para todos os Estados-membros em 2030. A forma de lá chegar cabe a cada Estado-membro. E é aqui que está a grande oportunidade para Portugal: estamos à frente da Europa na produção de combustíveis verdes a partir de resíduos, em modelos de pura economia circular – a PRIO é exemplo disso, mas está longe de ser caso único. E com as novas tecnologias que se estão a desenvolver, aliadas a eletricidade verde abundante e barata em Portugal, podemos produzir muitos mais destes ecocombustíveis, descarbonizar o nosso transporte sem ter de comprar tantos veículos novos mais caros e até exportar energia verde líquida para países do Centro da Europa. A oportunidade para o país é imensa.

O nosso país usa hoje a energia de forma mais sustentável para o ambiente? O que falta ainda fazer para assegurar um ponto de equilíbrio?

É inegável que melhorámos muito nos últimos 20 anos. Conhece-se mais o caso da eletricidade verde, e bem pelo bom que foi feito e pelo muito que se fará nos próximos 20 anos. Mas conhece-se menos o caso da mobilidade, onde 95% do CO2 que já foi reduzido veio não dos veículos elétricos, mas dos biocombustíveis. É aí que podemos fazer muito mais, como dizia. Temos ainda milhões de toneladas equivalentes de energia sob forma de materiais não aproveitados na nossa economia e milhões de outras que queimamos sob forma de petróleo transformado. Temos de resolver a equação dos dois lados: aproveitar mais recursos endógenos, em vez de os deitar em aterro ou nas águas; produzir mais em Portugal, com novas fábricas. E substituir cada vez mais diesel e gasolina pelos seus vários equivalentes ecológicos, como são o biodiesel, os bio-óleos, óleos hidrogenados, eletrocombustíveis e combustíveis sintéticos. O uso de biocombustíveis ultrassustentáveis constitui um passo sólido em direção à sustentabilidade energética de longo prazo e contribui para uma menor emissão de dióxido de carbono, causador do aumento da concentração de gases de efeito de estufa.

A PRIO é atualmente a maior produtora de biocombustíveis ultrassustentáveis em Portugal, produzindo-os a partir de matérias-primas residuais, como, por exemplo, óleos alimentares usados. Mas não podemos ficar apenas por aqui. É por isso que estamos a desenvolver novas fábricas, capazes de produzir mais energia verde para a mobilidade e de trazer mais soluções para o leque de opções de descarbonização da mobilidade em Portugal.

Os próximos anos serão certamente desafiantes. A PRIO está preparada para esses desafios, os atuais e os que estão a chegar, e quer fazer mais – mas não será a única, e muitos outros investidores estão a anunciar esforços no mesmo sentido.

A fábrica de biocombustíveis da Prio fica no Porto de Aveiro

Quais têm sido os principais contributos da PRIO para a sustentabilidade do sector energético nacional e internacional?

O futuro da mobilidade depende de todos nós, e por isso, mais do que anunciar objetivos para as próximas décadas, é necessário fazer hoje. E é aqui que a PRIO pode afirmar com confiança a sua diferença face às suas concorrentes. A PRIO é a maior produtora de biocombustíveis ultrassustentáveis em Portugal e, em 2022, foi responsável por mais de um terço das poupanças de CO2 na área da mobilidade nacional. Atualmente são produzidas cerca de 90 mil toneladas de biocombustível por ano na Fábrica de Biocombustíveis da PRIO do Porto de Aveiro. Os biocombustíveis ultrassustentáveis são produzidos a partir de matérias-primas residuais e emitem menos 84% de CO2 do que o diesel que substituem. Além disso, a PRIO foi a primeira empresa em Portugal a incorporar etanol na gasolina, há sete anos, a primeira a banir o uso de óleo de palma, há cinco anos, e a primeira a constituir-se como operadora para a mobilidade elétrica, há 11 anos. Se, por um lado, assistimos hoje à explosão das vendas de veículos elétricos ligeiros, para os quais a PRIO já disponibiliza uma das maiores redes de postos de carregamento elétrico em Portugal, por outro há que trabalhar já nas soluções para o transporte pesado, tanto de mercadorias como de passageiros. Foi por isso que a PRIO lançou há dois anos o PRIO ECO Diesel, um substituto direto do gasóleo que emite até menos 18% de CO2. Em 2019 lançou no mercado profissional de frotas pesadas o PRIO ZERO Diesel, um combustível equivalente ao gasóleo com 0% de derivados de petróleo na sua composição. Para a mobilidade marítima, desenvolveu em 2021 um produto pioneiro na Península Ibérica, o PRIO ECO Bunkers, com 15% de biocombustíveis sustentáveis na sua composição. Estas soluções são, em si, oportunidades para todos nós, empresas de energia para a mobilidade, clientes e cadeia de pós-venda automóvel, e também para a economia nacional, porque descarbonizam mais rápido a economia e evitam a necessidade de investir fortemente na renovação de frotas antes do tempo.

Quais têm sido as inovações diferenciadoras da PRIO e qual tem sido o seu contributo para o negócio da empresa?

As várias referidas acima: gasolina com etanol, diesel sem óleo de palma, biodiesel ultraecológico, rede de carregadores nacional, PRIO ECO Diesel, ZERO Diesel e ECO Bunkers. E não nos ficaremos por aqui – entre 2023 e 2025 traremos novas soluções ao mercado e faremos chegar algumas destas a cada vez mais regiões do país. Ao mesmo tempo, aceleraremos o trabalho de procura de oportunidades de investimento em novas fábricas. O caminho que temos percorrido dá-nos a segurança suficiente para nos mantermos fiéis à nossa missão de ser uma empresa de energias para a mobilidade do futuro – como dizemos na nossa comunicação, uma empresa apostada em trazer ao mercado energia para mudar, com a certeza de que hoje somos o maior produtor de biocombustíveis ultrassustentáveis em Portugal.

O futuro vai ser mais verde, mais eficiente, mais tecnológico, e a PRIO estará sempre na dianteira no que toca a explorar novas soluções, alinhadas com os padrões de gestão éticos, sociais, ambientais e de qualidade para contribuir para um mundo mais sustentável.