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mobilidade e frotas | ABERTURA

Mobilidade acelera para a sustentabilidade energética

A transição enérgica no sector dos transportes mudou a forma como as pessoas se deslocam, como as empresas gerem as suas frotas e como as cidades se transformam. O sector da mobilidade acelera cada vez mais para a sustentabilidade ambiental.





A s novas formas de mobilidade estão a mudar a “paisagem” urbana (e não só) e a maneira como as pessoas, especialmente as mais atentas à problemática da sustentabilidade ambiental, se deslocam. Carros elétricos cada vez mais sustentáveis e silenciosos, trotinetes e bicicletas elétricas a dominarem a paisagem urbana, postos de carregamento elétrico cada vez em maior número, a fazer frente às tradicionais bombas de abastecimento de combustível… estas são apenas algumas das muitas alterações a que temos assistido nos últimos anos no sector da mobilidade, uma área que assume cada vez mais uma abordagem amiga do ambiente e sobretudo mais sustentável do ponto de vista energético.

O crescimento do mercado de veículos elétricos, mas suas diferentes versões – Battery Electric Vehicles (BEV) ou Plug-In Electric Vehicles (PHEV), por exemplo –, configura uma dessas mudanças, uma das maiores talvez, e que já alterou significativamente o comportamento dos consumidores e o sector da indústria automóvel mundial.

Os primeiros estão mais sensibilizados para os temas da preservação do ambiente e do planeta, e por isso mais familiarizados com as potencialidades dos novos veículos elétricos, ou híbridos, face aos modelos tradicionais, que ainda se movem a gasolina e gasóleo.

O número de carros elétricos vendidos no nosso país é o espelho de que os portugueses parecem reconhecer a eficiência energética, o desempenho, a redução de CO2 e de poluição sonora e a poupança normalmente associados a este tipo de veículos. O reforço crescente da rede de postos de carregamento elétrico também tem trazido maior segurança aquando da compra.

A indústria tem correspondido à nova abordagem sustentável dos consumidores, bem como às diretivas políticas mundiais que estão a definir metas objetivas e ambiciosas de descarbonização. Os fabricantes da indústria automóvel têm investido nas potencialidades da tecnologia para criar modelos cada vez mais sofisticados (e onde não falta a tão falada inteligência artificial) e melhorar, por exemplo, aspetos como a autonomia energética dos veículos, uma das grandes preocupações dos condutores, devido às lacunas que a rede pública de postos de carregamento, bem como as diversas redes privadas, ainda apresentam, algo que os diferentes players deste segmento de mercado estão empenhados em resolver.

Fabricantes conquistam mercado

Não há fabricante ou marca automóvel que não tenha agregado à sua oferta um ou mais modelos elétricos, isto sem falar das marcas que já “nasceram” exclusivamente neste universo, como é o caso da Tesla, de Elon Musk. Aliás, segundo os dados da Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE), esta marca continua a ser a mais vendida em Portugal, quer nos veículos 100% elétricos (BEV), quer na soma dos 100% elétricos e dos híbridos plug-in (PHEV), na categoria de ligeiros de passageiros.

Em maio deste ano, e nos BEV, a Tesla vendeu 867 unidades. Seguiu-se a Peugeot, com 358, a Volkswagen, com 316 viaturas, a BMW, com 192, e a Audi, com 175.

No conjunto das vendas dos BEV e dos PHEV, a BMW vendeu 742 automóveis, a Peugeot 610, a Mercedes-Benz 576 e, ex aequo, a Volvo e a Volkswagen, com 369 viaturas cada.

Na totalidade de 2022, e no segmento dos veículos 100% elétricos, a Tesla, com 3246 unidades entregues, consolidou a sua posição à frente da Volkswagen (1111), da BMW (1071), da Peugeot (1027) e da Mercedes-Benz (806). Também no conjunto dos BEV e dos PHEV a Tesla mantém o primeiro lugar, com 3246 viaturas vendidas, seguindo-se a BMW (3045), a Mercedes-Benz (2718), a Peugeot (1989) e a Volvo (1626).

A revolução elétrica é definitivamente uma realidade sem retorno e os gigantes mundiais da indústria automóvel estão a lutar para conquistar o seu lugar também neste segmento de mercado.

Como andam as vendas de VE

A adesão dos portugueses aos automóveis elétricos tem registado números crescentes nos últimos anos. Os dados mais recentes, relativos a maio, disponibilizados pela UVE, revelam que este foi o segundo melhor mês de 2023 no que concerne à venda de elétricos novos no mercado nacional. Foram vendidos 5954 veículos 100% elétricos e híbridos plug-in, dos quais 3654 foram 100% elétricos. No total dos cinco primeiros meses deste ano, venderam-se 24.771 viaturas elétricas novas em Portugal.

Também neste período foram vendidos, ainda segundo os dados divulgados pela UVE, 15.085 veículos 100% elétricos (BEV – Battery Electric Vehicles), o que aponta para que no final de 2023 o número final de vendas de BEV seja superior ao total de 20.176 carros vendidos no ano passado.

No que toca às viaturas 100% elétricas e híbridas plug-in, o cenário de crescimento é semelhante, com 24.771 veículos vendidos de janeiro a maio deste ano, quando na totalidade de 2022 as vendas rondaram os 36.204 veículos.

A UVE salienta também o facto de, em termos anuais, mais de um em cada quatro carros ligeiros de passageiros vendidos em Portugal ser um veículo elétrico (26,9%), sendo que, em termos mensais, a quota de mercado alcança os 28,8%. A consolidação da quota de mercado de veículos elétricos (VE) – apesar dos constrangimentos ao fabrico provocados pelo défice de fornecimento de componentes eletrónicos que se verificou no período da pandemia de covid-19 – mostra que a recuperação do sector foi uma realidade e que o desenvolvimento da mobilidade elétrica segue o seu caminho a ritmo acelerado.

Aliás, a procura de VE, das diferentes tipologias, tem-se feito notar nas várias categorias, inclusive com a entrada no mercado português de uma cada vez maior oferta 100% elétrica de ligeiros de mercadorias e de pesados, principalmente de autocarros de passageiros. Em maio último, e face a igual mês de 2022, a variação foi de 150,8%.

A quota de mercado de veículos por tipo de energia aponta para uma realidade cada vez mais “verde”. Isto é, no conjunto dos elétricos (BEV – Battery Electric Vehicles e PHEV – Plug-In Electric Vehicles) ligeiros de passageiros, a quota atingiu os 28,83%, triplicando o número de viaturas com motores a gasóleo, que somaram uma quota de 10,48%, o que evidencia que a eletrificação dos transportes rodoviários está a seguir o seu ritmo de forma positiva.

Quadros:

Vendas BEV em Portugal (Comparação 2020-2023):
Ver Quadro

Vendas BEV+PHEV 2023:
Ver Quadro

Indústria de mãos dadas com inovação

Nesta “batalha” entre veículos elétricos e os que ainda usam fontes de energia tradicionais com motores de combustão, os fabricantes mundiais de viaturas têm mostrado toda a sua capacidade de inovação com propostas de modelos cada vez mais tecnológicos. Aliás, o sector da mobilidade tem sido pródigo no desenvolvimento de projetos inovadores, muitos deles provenientes do universo das start-ups, empresas pequenas, altamente tecnológicas, com propostas promissoras e inovadoras e muitas vezes disruptivas, e com grande potencial de desenvolvimento. Na maioria das vezes sob o olhar atento dos gigantes da indústria, que acabam por absorver os produtos e soluções desenvolvidos por estas start-ups. Assumem-se como parceiros qualificados e financeiramente mais capacitados para pôr em prática as ideias desenvolvidas.

Não é por isso de estranhar o crescente número de programas de inovação que têm surgido nesta mesma área, frequentemente promovidos por empresas da indústria automóvel para procurarem soluções específicas para a sua própria atividade. Proliferam, por isso, quer a nível nacional quer internacional, os programas de aceleração e incubação, bem como fundos de investimento vocacionados para esta área, alguns deles com o patrocínio de entidades europeias, como o Conselho Europeu da Inovação (CEI).

VivaTech 2023: empresas repensam forma de viajar



Realizada em Paris no mês passado, a VivaTech 2023 foi uma montra das inovações que se esperam no sector da mobilidade individual e empresarial nos próximos anos. A inteligência artificial dominou, e as empresas, quer novas quer as históricas, apresentaram as suas propostas inovadoras para alguns dos desafios que o sector dos transportes enfrenta.

Como é que futuramente se irão movimentar – nas estradas, no mar, no ar – as pessoas e as mercadorias? As soluções apresentadas na exibição de Paris passaram por uma panóplia de meios de transporte, desde scooters a minúsculos carros elétricos com baterias removíveis.

O carregamento elétrico foi um tema em destaque na VivaTech, e uma das soluções propostas foi o Tiny Car, um carro elétrico do tamanho de um smart car com baterias removíveis, que podem ser carregadas em casa. Os utilizadores podem comprar um pack de quatro baterias para garantir que têm sempre um backup, já que cada bateria permite percorrer uma distância de 15 quilómetros. O telhado de painel solar do veículo também pode dar um impulso extra em dias ensolarados. O carro, de uma empresa francesa, ainda está em protótipo.

Já a empresa francesa Zapata apresentou uma espécie de “scooter aérea”, que, apesar da sua faceta futurista, já é um conceito em discussão. Os responsáveis da organização revelaram que no próximo ano as pessoas poderão experimentar conduzir as referidas scooters nos centros de voo nos EUA, sem necessidade de licença de piloto. Se alguma coisa correr menos bem, os computadores de bordo guiarão automaticamente a scooter em segurança para terra. A utilização deste tipo de veículo está vocacionada para empresas que pretendam abrir os seus próprios centros de voo para oferecer aos clientes experiências recreativas.

Outras das inovações do evento foi o Hydrofoiler SL3, da empresa Mantafoil, da Nova Zelândia, um protótipo de um veículo que permite “voar” acima da superfície da água e que combina a potência do pedal com um motor elétrico auxiliar, para que os utilizadores possam desfrutar de passeios até um máximo de quatro horas e meia. Já a austríaca Apeleon está por trás da criação de um drone de descolagem e aterragem vertical (VTOL) que incorpora as vantagens de um helicóptero e de um avião. A empresa austríaca já está a trabalhar com clientes na Áustria para desenvolver rotas que o drone possa fazer para entregar pacotes leves. As utilizações propostas contemplam a entrega de sangue ou outros suprimentos médicos em hospitais. O drone pode percorrer distâncias até 150 km a uma velocidade de 100 km/h.