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especial mobilidade eléctrica | abertura

Mobilidade elétrica conquista território

As cidades portuguesas estão a transformar-se em termos de mobilidade elétrica. Os veículos elétricos (VE) estão a mudar a forma como nos deslocamos, com uma abordagem mais sustentável e amiga do ambiente. A indústria automóvel acompanha a mudança com inovação





Cada vez mais atentos e sensibilizados para as questões ambientais, os portugueses estão a enveredar progressivamente pela compra de veículos elétricos e/ou híbridos, aos quais são reconhecidas as vantagens de eficiência energética, economia, poupança, manutenção, desempenho e redução de CO2 e de poluição sonora, entre outras, ao invés dos tradicionais modelos de combustão interna, ou seja, a gasolina ou gasóleo.

As preferências, como revelam os números de vendas das associações do sector, vão para os 100% elétricos e para as versões híbridos plug-in, muito embora as lacunas ainda existentes na disponibilização de postos de carregamento a nível nacional seja um entrave à maior adesão a este tipo de veículos. No primeiro trimestre deste ano, de acordo com a UVE - Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, foram vendidos em Portugal um total de 5033 veículos elétricos novos. Apesar do estado de emergência, os veículos 100% elétricos registaram um crescimento consolidado nos primeiros três meses de 2021, com 1627 unidades vendidas.

O crescimento dos híbridos plug-in também se consolidou, com a venda de 3406 veículos. Março foi o mês mais significativo, com as vendas de VE, quer dos 100% elétricos (BEV – Battery Electric Vehicle), quer de híbridos plug-in (PHEV – Plug-In Hybrid Electric Vehicle) a crescerem fortemente. A promoção da mobilidade elétrica e os esforços de entidades oficiais e do sector empresarial para gerar mudanças nos comportamentos das pessoas prometem provocar alterações significativos no longo prazo. Vejam-se os objetivos da União Europeia nesta matéria. Até 2030, quer ter 30 milhões de veículos elétricos nas estradas dos Estados-membros, um objetivo que também inclui a revisão dos limites de emissões de dióxido de carbono para os veículos automóveis. Atualmente, os números na região apontam para a existência de 1,4 milhões de veículos elétricos. Para facilitar e incentivar o processo de compra de VE, mantém-se, através do Fundo Ambiental, o incentivo pela introdução no consumo de veículos de baixas emissões. Pensado para um público heterogéneo (pessoas singulares e coletivas), como refere o Fundo Ambiental, este incentivo concretiza-se através da atribuição de unidades de incentivo que dependem da tipologia dos veículos de baixas emissões. Este ano, a dotação é de quatro milhões de euros em três áreas-chave de intervenção: ligeiro de passageiros, logística urbana e mobilidade ativa ciclável e duas rodas.

“82% dos portugueses inquiridos consideram que os veículos elétricos são o futuro da indústria automóvel”

Indústria automóvel adapta-se

Player primordial na transformação em curso, a indústria automóvel está a revelar toda a sua inovação nos modelos automóveis que coloca no mercado e nas opções empresariais que assume. Veja-se o caso da fabricante sueca Volvo Cars, que ainda há poucos meses anunciou a intenção de abandonar a produção de automóveis com combustão interna e híbridos, para passar a fabricar apenas modelos elétricos. A meta temporal para esta transformação é 2030. Já anteriormente tinha assumido que até 2025 metade dos seus carros seriam movidos a eletricidade e os restantes seriam híbridos plug-in. Agora a meta é mais ambiciosa, com a Volvo a querer ser líder no mercado de automóveis elétricos premium, já que a sua convicção é de que o mercado de veículos com motores a combustão será cada vez mais reduzido, contra a procura elevada de elétricos, daí os seus planos para ampliar o portefólio de BEV (battery electric vehicles). A par desta reviravolta empresarial, a Volvo Cars divulgou também os seus planos para começar a comercializar os seus veículos apenas através da internet, e para isso irá investir significativamente nos canais de venda digitais. Globalmente, os investimentos que os fabricantes de automóveis têm canalizado para os veículos híbridos e elétricos, como resposta também à procura de modelos mais económicos, ultratecnológicos, mais sustentáveis e com maior autonomia, evidencia a aposta no automóvel elétrico como salvador da indústria, segundo alguns especialistas.

Fonte: UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos.

Tendências: Portugueses acreditam no elétrico

Os portugueses parecem rendidos aos veículos elétricos, pelo menos tendo em conta os resultados do estudo Observador Cetelem Automóvel 2021, do Banco BNP Paribas Personal Finance. A pesquisa – conduzida pela Harris Interactive entre 2 e 11 de setembro de 2020, em 15 países, junto de 10 mil pessoas online (método de recolha CAWI), com idades entre 18 e 65 anos, representativas de cada país – teve como finalidade perceber por onde passa o futuro do sector automóvel, e constatou que 82% dos portugueses inquiridos consideram que os veículos elétricos são o futuro da indústria automóvel, uma percentagem que ultrapassa quer a média europeia, na ordem dos 73%, quer a mundial, situada nos 77%.

Esta análise do estudo Observador Cetelem Automóvel 2021 mostra ainda que internacionalmente os países que mais acreditam nos VE são o Brasil (91%), a Polónia (87%) e a Turquia (87%). Já a Bélgica (55%), a Alemanha (56%) e a França (62%) são os que menos acreditam nessa solução. Também os planos de investimento dos fabricantes de automóveis têm aumentado anualmente no fabrico de veículos híbridos e elétricos. Em suma, os fabricantes estão a acompanhar a tendência de procura dos consumidores por alternativas de uma mobilidade mais sustentável e amiga do ambiente. Por outro lado, o estudo da Cetelem questionou os consumidores sobre qual será a energia do próximo veículo que planeiam adquirir e cerca de um em cada dois respondeu que o seu próximo veículo será híbrido ou elétrico. Contudo, uma ressalva para o facto de as opções de compra também serem influenciadas pelo nível de rendimentos. Ou seja, os inquiridos com rendimentos mais elevados tendem a optar por escolhas mais ecológicas do que aqueles que têm rendimentos baixos ou médios.

Para estes, a gasolina continua a ser a prioridade, seguindo-se o diesel. Constata-se, por isso, que o facto de os modelos elétricos e híbridos terem um custo mais elevado é um fator impeditivo relevante no ato de compra.

Em 2019, o mercado dos elétrico e híbridos começou a apresentar volumes de vendas significativos – 15% na Holanda, mais de 5% na China e em Portugal e mais de 3% em França, na Alemanha, na Bélgica e no Reino Unido.

Os resultados do estudo reforçam ainda a ideia de que os automóveis ecológicos, em particular os elétricos, podem ser parte da solução para vários problemas ambientais. Ou seja, os inquiridos acreditam que estes veículos podem ajudar a resolver problemas relacionadas com a poluição do ar (85%), a poluição sonora (82%) e o aquecimento global (79%). Um fator menos positivo neste cenário é ainda a insuficiente rede de carregamento, fundamental neste sector. De acordo com o estudo Observador Cetelem Automóvel 2021, um terço dos inquiridos acredita que cabe ao Estado reforçar esta rede e cerca de 30% acreditam que as empresas de energia também devem ser responsáveis pela sua implementação.