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empreendedor região norte | ABERTURA

Inovação cresce em região de produtos distintos

A região Norte é atualmente aquela que aposta mais na inovação em Portugal, lançando novas marcas e processos e melhorando máquinas e equipamentos da sua indústria

Texto: José Miguel Dentinho



P assear no Norte é também uma oportunidade para descobrir um sem-número de pontos de atração, desde o litoral, mais povoado e industrial, onde se pode comer bom peixe e marisco, até ao Planalto Transmontano, onde pastos e baldios a perder de vista se vão entremeando com vinhedos, amendoais, olivais, aqui e ali com mais uma povoação, mais uma cidade que vale a pena espreitar. Basta lembrar o charme de Ponte de Lima, o Sameiro e o Bom Jesus de Braga, as vistas para o Tâmega em Amarante, o Museu Ibérico do Traje de Bragança, o Gerês, a Albufeira do Azibo, os Passadiços do rio Paiva, os socalcos do Douro e as vistas sobre o grande rio do Miradouro de São Leonardo de Galafura, entre outras, para perceber que há muitas razões para visitar e descobrir os segredos mais sedutores da região Norte.

Exportação de tecidos e de vestuário cresce 4%

Mais de um terço das exportações nacionais

Com cerca de 3,6 milhões de habitantes, esta zona do país concentra quase 35% da população nacional, representa cerca de 29% do PIB nacional e assegurou mais de 23,1 mil milhões de euros de exportações no ano passado, segundo dados divulgados pela Iberinform.

Dotada de boas infraestruturas de comunicação e de ligação a Espanha, principalmente rodoviárias, e de um aeroporto internacional, o de Pedras Rubras, conta com uma rede qualificada de equipamentos de ensino superior, ciência e tecnologia, onde se salientam as Universidades de Aveiro, Porto, Minho e Trás-os-Montes. A região Norte une a tradição e a inovação com a vontade de empreender e fazer bem para conseguir vantagens competitivas e garantir a sustentabilidade económica do seu tecido industrial e de serviços, cá e lá fora.

Entre as suas pequenas joias destaca-se a filigrana portuguesa, cujos motivos estão ligados à religião, mas também ao mar, à natureza e ao amor. Dão origem aos corações, arrecadas, brincos de rainha e colares de contas, orgulhosamente ostentados pelas participantes vestidas a rigor na Romaria da Senhora da Agonia, que decorre em agosto, em Viana do Castelo. Saliência também para os sabonetes fabricados pela Ach Brito, hoje vendidos em 50 mercados internacionais, que são os preferidos de algumas estrelas de Hollywood, ou para a Pasta Medicinal Couto, que assegura a higiene dentária de gerações de portugueses há mais de 100 anos. E para os caiaques Nelo, eleitos por muitos dos medalhados mundiais e olímpicos da modalidade, ou para os violinos da Família Capela, de Espinho, que os faz há cerca de um século. Mas também existem os móveis, lápis e chapéus de S. João da Madeira, as conservas de Matosinhos e as louças de Viana ou da Fábrica de Porcelanas da Vista Alegre, a mais antiga da Península Ibérica, ativa desde 1824.

Calçado português vai investir €140 milhões em soluções sustentáveis

Vinhos verdes estão em mais de 100 países

Perfil Estatístico dos principais sectores de atividade da Região Norte

Fonte: Base de dados Iberinform



Têxtil e vestuário cresceu 4% em 2021

Mas há muito mais coisas que a região Norte faz bem, como os têxteis e o vestuário. Este sector exportou em 2021 mais de 5400 milhões de euros, um crescimento superior a 4% ao registado em 2019, o ano antes da pandemia. A sua balança comercial teve um saldo positivo de 1168 milhões de euros, o que representa uma taxa de cobertura de 127%. De salientar que, no ano passado, os Estados Unidos compraram 447 milhões de euros à indústria portuguesa de têxtil e vestuário (ITV), ascendendo à quarta posição na lista de maiores clientes e representando 8% do total das exportações do sector.

É na região Norte que está 87% do volume de negócios e da produção, 86% do emprego e 79% das exportações da indústria têxtil e de vestuário. Os outros motores da economia da região são os sectores de equipamentos e materiais elétricos e de componentes para automóvel, segundo dados da Comunidade Europeia. Um bom exemplo é o da indústria do calçado, produzido sobretudo nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Guimarães, Felgueiras, São João da Madeira e Santa Maria da Feira e vendido para todo o mundo. É hoje uma das indústrias mais avançadas do mundo e prepara-se para investir 140 milhões de euros nos três próximos anos, através do Cluster do Calçado e Moda, liderado pela APICCAPS e Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP), com o objetivo de ser “a referência internacional no desenvolvimento de soluções sustentáveis”.

É na zona mais a norte de Portugal que se produzem referências tão emblemáticas para o país como os Vinhos Verdes e do Douro e do Porto. Com uma qualidade que tem sido reconhecida pela crítica e através dos resultados alcançados nos concursos de vinhos mais emblemáticos a decorrer cá e lá fora, ambas as regiões registaram uma forte subida de vendas no ano passado, tanto em termos de volume como de valor. A dos Vinhos Verdes atingiu, em 2021, um valor recorde de vendas na exportação, de quase 79 milhões de euros, enquanto a Região dos Vinhos do Douro e do Porto viu crescer as suas exportações de Vinho do Porto (+12%) e do Douro (+14), face a 2020, para um total superior a 400 milhões de euros. Algumas das suas quintas são exemplos da arte de bem receber, com espaços de alojamento e enoturismo que vale a pena visitar, onde se podem passar uns dias a descansar e a apreciar os vinhos da região na companhia de uma oferta agradável de sabores regionais, e não só. Basta lembrar os bons exemplos que são as Quintas do Vallado e das Murças, perto de Peso da Régua, a Quinta da Pacheca, em Lamego, a Quinta de Nossa Senhora do Carmo, em Covas do Douro, a Quinta do Portal, em Sabrosa, ou a Quinta do Pêgo, em Tabuaço.

Perfil da Região Norte

Fonte: Base de dados Iberinform



Produtos DOP

Mais a norte e para o interior, de Chaves a Vinhais, Montalegre e Bragança, há muitas oportunidades para provar presuntos e enchidos de porco Bísaro e de outras raças e outros sabores e aromas da região, como mel, folares e pão. O Norte de Portugal tem uma oferta de produtos DOP muito variada no que respeita aos enchidos e fumados. A excelência dos produtos que os seus artesãos e fabricantes apresentam é uma das razões que leva muitos visitantes a deslocarem-se por terras do interior transmontano para procurar, na sucessão de feiras dedicadas ao fumeiro, produtos apetecíveis para levar para casa. Estas terras têm também dois produtos DOP/IGP de referência no que diz respeito aos queijos: o Terrincho e o Queijo de Cabra Transmontano.