O AOV tem estado na linha da frente Da inovação tecnológica
Alexandre Santos, presidente da Associação de Leasing, Factoring e Renting (ALF)
O peso que as modalidades de financiamento de aluguer operacional de viaturas (AOV) têm nas gestão e frotas automóveis empresariais, bem como a forma como a inovação digital está a transformar o negócio, são alguns dos temas abordados pelo presidente da Associação de Leasing, Factoring e Renting (ALF)
Como avalia o papel do AOV na gestão de frotas empresariais nacionais?
O AOV, mais conhecido por renting, permite às empresas e às instituições acederem a uma solução de mobilidade que inclui todos os aspetos relevantes para a gestão e manutenção das viaturas. Estes contratos podem incluir diversos serviços para além da manutenção, como gestão dos seguros, viaturas de substituição, gestão de pneus, gestão de sinistros, gestão de combustíveis e portagens, multas, impostos, etc., tudo consubstanciado numa renda fixa mensal.
AOV é sinónimo de uma gestão de frotas eficiente e operacional, sendo bastante utilizado pelas empresas e revelando-se uma ótima solução para a renovação de frotas em Portugal. Tem também estado na linha da frente da inovação tecnológica, no aconselhamento técnico e fiscal e no acesso a novas tipologias de viaturas, mais ecológicas.
Renting, leasing... Qual tem sido o sistema dominante neste segmento de mercado? E porquê?
O renting e o leasing são cada vez mais reconhecidos como soluções muito competitivas de controlo e previsibilidade de custos e de acesso à inovação que têm caracterizado o setor automóvel.
“AOV é sinónimo de uma gestão de frotas eficiente e operacional!”
Tanto o renting como o leasing usufruem cada vez mais de um amplo reconhecimento em relação às suas vantagens e benefícios, registando ambos os produtos um crescimento sustentável e demonstrando serem excelentes soluções para os consumidores individuais e para as empresas.
Quer a externalização de serviços e previsibilidade de custos que o renting permite como gestor de mobilidade global quer o financiamento rápido e particularmente ajustado a empresas que o leasing fornece têm vantagens inerentes e muito relevantes, respondendo às várias necessidades do mercado. São instrumentos de apoio que se complementam, utilizados em paralelo muitas vezes, dependendo da composição das frotas e se as empresas pretendem externalizar os serviços associados à frota automóvel ou não.
Nos dias de hoje, que fatores contribuem para uma gestão de frotas eficaz?
Para uma gestão de frotas eficaz existem pilares essenciais da gestão de veículos a serem respeitados. Deve-se delinear um plano focado nos aspetos mais importantes para o negócio e analisar o tipo de necessidades da empresa relativamente à utilização dada às viaturas, isto é, das operações que a mesma realiza.
Com frotas cada vez mais tecnológicas, e com o apoio da tecnologia, torna-se mais fácil delinear corretamente todos os custos com a frota, desde os gastos com combustíveis às manutenções, à otimização das rotas percorridas e ao capital humano.
Por fim, existe a análise fiscal das viaturas, que, inserida na análise dos custos totais das frotas, permite aos clientes optarem pelas soluções que lhes forem mais vantajosas.
“Para uma gestão de frota eficaz existem pilares essenciais da gestão de veículos a serem respeitados”
Com que desafios se depara atualmente esta atividade perante a emergência da mobilidade elétrica, em detrimento dos combustíveis fosseis, e da automação?
A maior consciência ambiental e energética está a fomentar a transição progressiva para modos de propulsão mais eficientes, como os elétricos, híbridos plug-in e as novas gerações de motores a diesel.
Para além da questão da infraestrutura de recarregamento, que é claramente uma área em que Portugal tem ainda muito espaço para progredir, é também fundamental analisar as questões fiscais associadas à nova realidade da mobilidade automóvel e da gestão de frotas.
O renting tem sido um dos catalisadores da mudança no âmbito desta transição, permitindo às empresas e instituições irem aderindo a esta nova realidade com segurança ao nível dos custos. Também o leasing tem estado disponível para financiar todo o tipo de viaturas, incluindo as mais ecológicas, pelo que os produtos não se deparam com grandes desafios, mas são, sim, dos principais drivers da mudança a que se tem assistido de forma gradual.
“É também fundamental analisar as questões fiscais associadas à nova realidade da mobilidade automóvel e da gestão de frotas"
Tendo em conta os diferentes players que se movem nesta atividade, como vê o futuro deste setor empresarial?
Quer o renting quer o leasing são absolutamente vitais para o processo de modernização e reforço da competitividade das empresas portuguesas, seja ao nível da inovação, da introdução de novas tecnologias ou da implementação e apoio a novos modelos de negócio, pelo que o seu crescimento sustentável irá continuar, assim como os seus produtos e serviços continuarão a ser indispensáveis na gestão das frotas, ajudando na gestão e no desenvolvimento das empresas.
Estamos convictos de que o leasing e o renting têm especial relevância na renovação das frotas e no grande objetivo de uma maior descarbonização — já que ao longo dos anos as nossas associadas têm tido um papel pioneiro na introdução e no acesso às mais recentes tendências de mercado, assumindo-se como impulsionadoras da renovação do envelhecido parque automóvel nacional. Contudo, defendemos que esta transição deve ser efetuada de forma gradual e planeada, para não criar uma disrupção total no setor, garantindo que os operadores conseguem acompanhar, prosperar e contribuir para um crescimento sustentado.
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