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especial açores | abertura

Um pedaço de paraíso à face da Terra

Vista de Angra do Heroísmo e do monte Brasil

São nove ilhas, todas diferentes, que têm em comum uma paisagem arrebatadora, que muda constantemente a cada volta da estrada, surgindo sedutora e dando ao visitante vontade de parar. São sítios calmos e seguros, de boa gente, onde se podem retemperar forças numas férias calmas ou cultivar a adrenalina através da prática de desportos como o surf, o mergulho e outros.

Texto: José Miguel Dentinho



É difícil imaginar sensação tão boa e maravilhosa como a que proporciona um mergulho no ilhéu de Vila Franca do Campo, em S. Miguel. São algumas horas à tona de água, no seu cone vulcânico, e de são convívio com uma miríade variada de peixes naquele aquário ao ar livre, sem muita vontade de sair.

A verdade é que há em todas a ilhas açorianas recantos de beleza ímpar e coisas para fazer difíceis (ou impossíveis) de encontrar noutro lugar. Basta palmilhar o Trilho do Sanguinho, em direção ao Salto do Prego, em S. Miguel, cascata que cai para uma pequena lagoa de água fria e profunda, um par de quilómetros, ou mais, para o interior, para sentir isso. A descida ao Algar do Carvão, na ilha Terceira, é inesquecível, tal como a subida ao Pico, da ilha homónima, ou ao vulcão dos Capelinhos, no Faial, após uma ladeira arenosa que dificulta cada passo. Lá em cima, a Natureza verde desponta, contrastando com o negro da rocha povoada pelas aves marinhas.

Em busca de baleias e golfinhos

Mas também não se deve resistir a uma viagem de mar em busca de baleias e golfinhos, possível numa parte das ilhas. Quem tiver sorte, pode ter direito a corridas com a embarcação, saltos e diversos tipos de cabriolas e, inclusive, observar os animais na companhia de cagarras, ave muito comum nos Açores, a alimentar-se de cardumes de carapaus (chicharros, segundo os locais), que se juntam em bolas de maior ou menor dimensão, visíveis de fora de água, para se defenderem.

A paisagem é arrebatadora e única no mundo em qualquer das ilhas. Na do Pico há uma parte que foi construída pelo homem. Vale mesmo a pena permanecer ali, a olhá-la de longe, a ver o contraste da pedra preta com o verde das folhas de videira e de ambos com o azul do oceano, ao fundo. Mas é preciso percorrer os caminhos da zona de vinha, classificada pela Unesco, para sentir a dificuldade que é produzir ali uvas. Envolvidas por muros de pedras vulcânicas, que as protegem dos ventos marítimos, as vinhas lutam com o solo agreste e delgado para resistirem. É nesta ilha que fica o maior produtor do arquipélago, a Cooperativa Vitivinícola do Pico. Depois há apenas mais algumas dezenas de agentes económicos a comercializar os seus vinhos, divididos por várias das nove ilhas que constituem a Indicação Geográfica Açores.

A produção de leite e queijo de vaca é uma das principais riquezas do arquipélago

Características distintas

As três denominações de origem, Pico, Biscoitos e Graciosa, são de características muito distintas, pela sua localização em três ilhas diferentes. A denominação Graciosa é mais fresca e tem solos mais profundos. Já na de Biscoitos, na ilha Terceira, a vinha está plantada em solos pobres e rochosos, em encostas viradas ao Atlântico Norte, sem qualquer proteção. A denominação de origem Pico é a mais rochosa e quente das três. A qualidade dos vinhos produzidos nos Açores, sobretudo os brancos, tem crescido cada vez mais, o que tem contribuído para aumentar a sua penetração não só no continente como nos mercados internacionais. Mas não são os seus produtos mais conhecidos. Esses são, para além do seu leite e queijos, sobretudo o que tem origem na ilha de S. Jorge – o peixe.

Pouca gente sabe que a maior parte do atum fresco vendido em Portugal tem origem açoriana, por exemplo, e que muito do peixe de maiores dimensões vendido nos melhores restaurantes, como o cherne ou a garoupa, é pescado no arquipélago.

Depois temos o molho vilão e o queijo fresco com o dito, que surge como entrada em muitos restaurantes e é irresistível. Em termos de queijo, reinam os de vaca, mas com variedades de aromas e sabores tão diferentes como os das ilhas onde são produzidos. Destacam-se, para além do de S. Jorge, o mais carismático e distinto, os de S. João do Pico e o da Graciosa.

Paisagem protegida de vinha da ilha do Pico

Arte de fazer bem

Os Açores também são conhecidos pelas suas conservas de atum. As de Santa Catarina, ilha de S. Jorge, cuja produção foi iniciada já no segundo milénio, estão presentes em quase todas as prateleiras de súper e hipermercados nacionais, oferecendo uma grande variedade de opções, desde conservadas em azeite ou ao natural até às que incluem molhos de sabores agradáveis e tentadores.

Em todas as ilhas há uma oferta variada de peixe e marisco, que pode ser apreciada sobretudo em S. Miguel, no Faial e na Terceira, onde a oferta de restauração é mais vasta e diversificada. Para além do vinho, podem ser saboreados com a cerveja local, a Especial, nomeadamente em S. Miguel, ou na companhia de um chá da Gorreana ou de Vale Formoso, casas tradicionais na arte da sua produção. Para terminar, quem gosta pode degustar, no final da refeição, um licor na companhia de uma cigarrilha açoriana, por exemplo.

É sobre as virtudes destes pequenos pedaços de paraíso plantados no meio do oceano Atlântico que iremos falar neste Especial. Não só sobre as naturais para atrair visitantes, que são muitas, mas também sobre as suas capacidades de os receber, falando da sua hotelaria, restauração, transportes e restante oferta, mas também das suas empresas tecnológicas, produtorase transformadoras.