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Região Centro | entrevista

Greenflow vence concurso no Bangladesh

Carlos Cardoso, CEO da Greenflow

Empresa portuguesa irá implementar tecnologias de recolha e tratamento dos resíduos produzidos nos navios que atracam no Porto de Monga





A s exigências e desafios do tratamento dos resíduos nos vários mercados onde a empresa está ativa são ultrapassadas pela Greenflow através do conhecimento técnico dos resíduos, do rigor na avaliação das potenciais soluções e da escolha das tecnologias mais fiáveis a aplicar a cada caso.

O papel da Greenflow na concretização de um futuro mais sustentável em Portugal e nos países onde está ativa é evidente, já que envolve a remoção e tratamento de resíduos com elevado potencial de poluição. Como é que surgiu a ideia de criar um negócio deste tipo? Quais foram os desafios dos primeiros tempos e de que forma é que foram resolvidos?

A atividade de recolha e tratamento de resíduos existe em todos os países desenvolvidos. O grau de reciclagem e as tecnologias usadas para esses tratamentos é que podem variar bastante de país para país.

Como a Greenflow é constituída por uma equipa de pessoas em que cada elemento tem uma experiência individual de décadas neste sector, tentamos potenciar essa experiência para nos diferenciarmos em termos tecnológicos e na qualidade dos nossos serviços e produtos.

As exigências e desafios deste mercado são ultrapassados através do conhecimento técnico dos resíduos, rigor na avaliação das potenciais soluções e da aposta na fiabilidade no momento das escolhas das tecnologias a aplicar a cada caso. Também introduzimos alguma criatividade no uso de técnicas criadas para outros mercados, que, por vezes, têm boa resposta neste sector da reciclagem. E conjugamos tudo isto com um profundo foco nos clientes a quem proporcionamos soluções de tratamento e que acompanhamos na garantia do sucesso dessas soluções. Vendemos soluções de forma integrada.

A empresa tem vários projetos concluídos em Espanha e Malta e em desenvolvimento para a Costa Africana e a Bulgária

Os resíduos biodegradáveis podem ser usados na produção de fertilizantes para jardins e agricultura, as cinzas podem ser encaminhadas para a construção de edifícios ou produção de asfaltos, as lamas para a indústria do papel e os solventes podem ser utilizados na produção de tintas e combustíveis alternativos. Qual é o contributo da Greenflow para uma economia que se pretende que seja cada vez mais circular? Como e porquê?

Uma das apostas da Greenflow é a reciclagem de resíduos de hidrocarbonetos, de combustíveis marítimos e de refinarias, para serem transformados em novos combustíveis. Também temos uma vasta experiência na regeneração de solventes e óleos usados, já que desenvolvemos tecnologia que permite essa reciclagem/regeneração. De tal forma, que estamos reputados como uma das melhores empresas nessa área, especialmente fora das nossas fronteiras. Já temos vários projetos executados em Espanha e Malta e em desenvolvimento no papel para a costa africana e a Bulgária. O projeto do Bangladesh está em fase de construção de equipamentos.

Também atuamos do lado do produto, através da Greenflow Chemicals, que comercializa produtos reciclados purificados, como solventes, e produtos químicos especializados utilizados nos nossos processos de tratamento. São desenvolvidos para melhorar a eficiência desses processos. Este é também um contributo concreto para a economia circular.

O que é hoje a empresa e quais são os principais mercados atuais e potenciais onde está e pretende estar ativa?

A Greenflow é constituída por quatro empresas. A Greenflow Engenharia, que se dedica a desenhar as soluções de tratamento de resíduos e águas residuais, a Greenflow Marine, que é a empresa operacional e está focada na reciclagem de hidrocarbonetos, a Greenflow Chemicals, que se dedica à comercialização de produtos químicos, muitos deles reciclados, e, por último, a Greenspain, que nos representa em Espanha em todas as vertentes. O nosso principal foco é a internacionalização das nossas soluções em todas as áreas onde atuamos.

O nosso principal foco é a internacionalização das nossas soluções em todas as áreas onde atuamos

A sustentabilidade económica de uma empresa do sector industrial na era da globalização implica, entre outros, produzir e servir bem, com qualidade e, de preferência, de forma diferenciada, o que envolve a aposta na inovação. O que é que diferencia a oferta da Greenflow e tem sustentado o sucesso do seu negócio?

Conforme já referi, apostamos, de facto, na inovação. Mas diferenciamo-nos sobretudo por acompanharmos os nossos clientes na implementação das tecnologias, garantindo o seu funcionamento e que os objetivos prometidos são alcançados. Para que isso aconteça, apostamos em primeiro lugar nas nossas pessoas. Procuramos manter a nossa equipa motivada e tentamos potenciar o melhor de cada um para, juntos, conseguirmos vitórias técnicas e comerciais partilhadas por todos. Os nossos recursos humanos são uma arma poderosa em conhecimento, comprometimento com os objetivos da empresa e dos clientes e uma atitude positiva em todo o momento. Tudo isto transmite confiança aos nossos clientes, de quem passamos a ser parceiros, cimentando uma forte relação de continuidade. Em alguns casos é como se fôssemos da casa.

A Greenflow venceu, em parceria com a empresa finlandesa LAMOR, um concurso para a construção de uma instalação de tratamento de resíduos de navios num porto comercial do Bangladesh. Quais são os principais desafios de um projeto deste tipo?

Trata-se de um investimento do Governo local, de cerca de uma dezena de milhões de euros, que visa implementar nos portos do país, a começar por Mongla, soluções de recolha e tratamento dos resíduos produzidos nos navios ao nível do que melhor se faz a nível mundial. A Greenflow desenhou a solução e irá fornecer a tecnologia de tratamento para os resíduos de hidrocarbonetos, águas oleosas, águas sanitárias e resíduos sólidos recolhidos nos navios que atracam no Porto de Mongla. O projeto terá uma duração de 16 meses, sendo expectável o arranque da instalação em 2024. Para além de fornecer a tecnologia de tratamento, iremos dar formação às pessoas locais para operar a instalação, dando posteriormente assistência técnica para garantir que tudo funciona como previsto. Será, estamos em crer, a instalação mais moderna daquela zona asiática e acreditamos que poderá catapultar a nossa tecnologia naquela região.