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logística e transportes | ABERTURA

Logística e Transportes marcados pela transformação

A transformação digital está a mudar os modelos de negócio no sector da logística e dos transportes e a moldar o futuro da atividade.





A crescentar valor ao processo de gestão da cadeia de abastecimento é a meta de qualquer player da indústria dos transportes e logística que queira marcar a diferença no mercado através das suas propostas. A evolução deste sector de atividade, imprescindível para o funcionamento económico de qualquer país, é constante e uma realidade a que ninguém fica alheio. Impulsionado pelo avanço das mais recentes tecnologias, o sector, quer seja do lado dos transportes propriamente ditos, quer seja do armazenamento e gestão logística pura e dura, tem protagonizado mudanças significativas nos últimos anos. Desde dispositivos e softwares que regulam a gestão de frotas de forma mais eficiente e sustentável até robôs que gerem e controlam o armazenamento de produtos nos centros logísticos, temos assistido ao surgimento das mais variadas e inovadoras soluções tecnológicas nas diferentes etapas das cadeias de abastecimento locais ou globais.

A digitalização e a visão computacional (um domínio da inteligência artificial que permite aos computadores e sistemas extraírem informações de imagens digitais, vídeos e outros dados visuais) começam a ser aplicadas em inúmeros sectores de atividade, com os especialistas a destacarem a sua versatilidade na área da logística, concretamente quando se trata de segurança, de operações e de processos de envio, contribuindo para alcançar processos mais eficientes, bem como operações mais seguras e sustentáveis. Muitos entendem, inclusive, que a tecnologia está a moldar a indústria, com impactos positivos ao longo de toda a cadeia de fornecimento, quer para os clientes, quer para os parceiros, colaboradores e, especialmente, para o ambiente.

E hoje, mais do que do nunca, os processos de importação e exportação das empresas à escala global e o acesso a novos mercado mexem com os processos logísticos e com a rede de transportes (terrestre, aéreo ou marítimo) que fazem chegar os produtos ao seu destino. São pilares primordiais no sucesso das operações de comércio internacional e envolvem muito planeamento, organização e controle de fases distintas, mas complementares, como transporte, armazenamento, distribuição e entrega.

Veja-se o exemplo da utilização crescente de robôs nos processos de armazenamento dos centros logísticos, nos quais se apoiam as equipas humanas. Podem transportar mercadorias do ponto A ao ponto B ou ajudar no processo de carga e descarga de mercadorias. O papel destes instrumentos de trabalho tende a aumentar e, segundo a consultora ABI Research, a utilização, a nível global, de robôs nos armazéns pode chegar aos 40% até 2030.

Sustentabilidade ambiental

Os desafios que a transição energética impõe à indústria automóvel são inúmeros, fazendo com que o sector seja permanentemente pressionado para desenvolver tecnologias neutras em carbono. O impacto da atividade dos transportes logísticos na sustentabilidade ambiental e energética é uma batalha que os operadores travam diariamente, quer pelas contingências da atividade, quer pelas imposições legislativas ou pela pressão social.

As iniciativas relacionadas com o ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) são outra das prioridades das empresas que atuam nesta indústria, porque cada vez mais valorizam o impacto que as mesmas terão nas suas operações.

As tendências do sector apontam para grandes mudanças nos modelos de negócio, já que temas como energias alternativas, descarbonização, gestão ambiental ou circularidade vão marcar o futuro das empresas, preocupadas em tornar os seus produtos e serviços mais sustentáveis.


Desafios a ultrapassar

Apesar do dinamismo que tem caracterizado a atividade, fruto da digitalização e da acelerada evolução tecnológica, também são muitos os desafios que a indústria dos transportes e da logística enfrenta. A começar pela falta de mão de obra especializada e qualificada e pela dificuldade de atrair talento, um fenómeno que ultrapassa a dimensão nacional.

Em consequência, as empresas tentam solucionar esta dificuldade com a disponibilização de alguns benefícios extrassalário aos seus profissionais, como é o caso de programas de bem-estar. Junta-se a esta vertente o desafio que são os custos e a indisponibilidade de localizações que estão a limitar os planos expansionistas dos operadores logísticos.

A instabilidade geopolítica é outro dos entraves que o sector tem pela frente, já que os cenários de guerra que se vivem atualmente na Europa e no Médio Oriente terão inevitavelmente impacto nos planos de investimento, possivelmente adiados, e na reconfiguração das cadeias internacionais de abastecimento.

O crescimento exponencial do comércio online é outra vertente desafiante para as empresas, que terão de se munir das ferramentas certas para responder às necessidades do e-commerce, seja investindo nas pessoas, seja na tecnologia e no reforço da colaboração com os clientes.

Nos últimos anos, em particular na fase em que a pandemia de covid-19 impôs restrições à circulação, a preferência dos consumidores pelas compras online empurrou os operadores de transportes logísticos para uma dinâmica a que não estavam habituados, com as entregas ao domicílio a atingirem números surpreendentes.

Há também que saber adaptar-se às normas e regulamentos de cada país, otimizar os custos e os prazos, garantir a qualidade e segurança, manter uma boa integração com os parceiros comerciais e perceber as suas necessidades, para que o sucesso das operações de comércio internacional seja garantido. Os desafios também são oportunidades para as empresas visionárias que saibam adaptar-se às exigências do “novo” mercado.

Como está a confiança do mercado na logística?

A CBRE, em parceria com a Logicor, analisou o nível de confiança dos diferentes intervenientes na atividade logística nacional e as conclusões traduzem-se em insights relevantes para perceber o estado do sector, assim como para perspetivar algumas tendências. Baseado num inquérito efetuado pela Analytiqa, o Índice de confiança do sector logístico em Portugal contou com respostas de um total de 50 inquiridos (25 operadores de logística e 25 retalhistas). Do conjunto das conclusões destacam-se algumas que retratam o perfil atual da atividade. Em primeiro lugar, o índice revela-se “ligeiramente negativo”, o que espelha, em parte, o momento em que este foi realizado, no final de 2022.

O sentimento dos operadores logísticos é ligeiramente menos negativo do que o dos retalhistas e da indústria. Já as perspetivas futuras são mais positivas. A maioria dos inquiridos prevê um crescimento ou uma estabilização da faturação e do lucro em 2023. Por outro lado, o custo e a localização estão a limitar a expansão dos espaços de logística. Destaque também para o facto de existir um elevado nível de compromisso com a sustentabilidade, assim como a importância de ter instalações com certificações ambientais. Ainda neste domínio, as principais ações de sustentabilidade que as empresas pretendem desenvolver são iniciativas de reciclagem, soluções de poupança de energia nos armazéns e redução de emissões de C02.

No que se refere à tecnologia, o estudo mostra que os investimentos realizados neste sector permitiram obter maiores eficiências operacionais, melhorar a qualidade e aumentar a segurança. Por sua vez, a instabilidade política vai adiar planos de investimento e continuar a impactar a reconfiguração das cadeias de abastecimento.


Inteligência Artificial está a transformar o sector da logística, diz estudo

O AI-Driven Computer Vision, um estudo sobre tendências desenvolvido pela DHL, revela que, nos próximos cinco anos, a tecnologia da visão computacional vai transformar-se numa ferramenta comum para operar na logística. Os especialistas referem que esta pode melhorar a eficiência, poupar tempo, aumentar a sustentabilidade e reduzir os custos. O estudo salienta a aplicabilidade da visão computacional na indústria da logística em quatro domínios concretos: na saúde e segurança, porque pode melhorar a segurança no local de trabalho, identificando potenciais perigos em armazéns, depósitos e outras instalações de logística, minimizando assim os riscos e prevenindo acidentes.

Também pode melhorar a saúde dos colaboradores, reconhecendo más posturas e movimentos, detetando sinais precoces de fadiga; nas operações permite detetar estrangulamentos e outras ineficiências e criar mapas de calor para analisar padrões de fluxo de trabalho no interior ou exterior de uma instalação, e até funcionar como segurança, identificando rapidamente entradas não autorizadas; na gestão de ativos pode ajudar a monitorizar os ativos logísticos de forma consistente e alertar as equipas de manutenção antes de surgirem quaisquer problemas, e, por último, nos processos de envio, já que oferece a vantagem de automatizar e simplificar o processo de dimensionamento nos envios, em que as medições precisas das áreas ou volumes dos objetos são essenciais para calcular as capacidades de armazenamento, o planeamento da carga, a logística de transporte e a faturação do envio. Também pode verificar se as encomendas cumprem os requisitos e estão classificadas adequadamente, bem como automatizar ciclos de contagem de inventário.

Apesar de a visão computacional ser uma tecnologia promissora, não está isenta de desafios e preocupações. Estes incluem, por exemplo, conquistar o público, particularmente aqueles que temem a monitorização constante. A cibersegurança também é crucial neste contexto, abordando o uso de dados, a conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados e outras leis de privacidade e proteção de dados.