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especial formação para executivos | entrevista

“A exigência da liderança torna incontornável a formação executiva”

José Fonseca Pires, professor e diretor da AESE – Business School

Com mais de 40 anos de atividade, a AESE, tal como muitas outras escolas especializadas em formação de executivos, teve de se adaptar às novas circunstâncias provocadas pela pandemia. José Fonseca Pires, diretor da AESE, fala da oferta formativa da business school e da importância da formação na criação de um bom líder.





Face ao atual cenário provocado pela pandemia, como vê a entrada do e-learning também na formação para executivos. Será esse o caminho futuro para as escolas de negócios?

Vejo o ensino à distância sobretudo como uma oportunidade de aumentar o impacto das escolas de negócio, em dois sentidos: por um lado, acrescentando valor à oferta tradicional, possibilitando a participação de professores estrangeiros, anteriormente indisponíveis, nos programas atuais e futuros; por outro, como um novo canal que permite alargar a oferta com novas iniciativas, fazendo chegar a formação para executivos a públicos anteriormente impossibilitados de a frequentar, por razões de agenda ou de distância. Com as ferramentas disponíveis, e com as adaptações convenientes, consegue-se oferecer qualidade e conveniência a públicos que antes não tinham possibilidade de aproveitar os nossos programas.

Dito isto, penso que o e-learning é mais um caminho, que é conveniente percorrer tendo em conta as suas potencialidades e as suas limitações. Mas não diria que é “o” caminho, pois a experiência da formação presencial e as relações interpessoais que se estabelecem de forma natural trazem uma riqueza e uma profundidade que podendo, devemos privilegiar.

Como é que a AESE, em particular, se adaptou a esta nova fase, provocada pela pandemia, na oferta formativa que disponibilizou aos executivos nacionais?

Na AESE procurámos em primeiro lugar garantir que ninguém ficava para trás. Rapidamente a Direção executiva criou condições para que todos os nossos professores e colaboradores soubessem o que se esperava deles, e como a AESE contava com cada um. E semanalmente tivemos reunião geral de colaboradores, remotamente, onde cada um podia expor os seus pontos de vista, as suas dificuldades, as suas ideias...

Depois tivemos a preocupação de manter o contacto com os alunos de todos os programas que estavam a decorrer, assim como com as empresas nossas clientes, para os acompanhar e colocar à sua disposição a nossa capacidade formativa.

O Agrupamento de Alumni da AESE, através da sua Comissão Executiva, contactou os antigos alunos, quer diretamente quer através de um inquérito online, de forma a garantir a máxima sintonia entre as necessidades percebidas pelos antigos alunos e a oferta que procurámos desenhar e oferecer. E assim, logo em março começámos a disponibilizar uma oferta estruturada online, que mais tarde ficou denominada #readytolearn, que consistiu em artigos diários escritos pelos nossos professores ou por antigos alunos, podcasts sobre temas atuais, webinares diversificados, e ainda Short Programs de 2 a 3 manhãs com temas mais abrangentes e desenvolvidos. Recentemente lançámos um programa novo totalmente online, neste caso para a indústria farmacêutica.

Ao mesmo tempo no dia 1 de Junho reabrimos a AESE e retomámos paulatinamente as atividades presenciais, após uma preparação cuidada e segura, que nos garantiu o selo de qualidade Covid-safe da APCER.

“(…) a principal aprendizagem, que não é nova, é que a competência distintiva das empresas excelentes é poder contar com pessoas comprometidas, capacitadas e motivadas”

De uma forma geral, acredita que as business schools estavam preparadas para este novo enquadramento?

Esta pandemia apanhou-nos a todos de surpresa e sem termos no terreno a operação adaptada a esta situação insólita. Confrontámo-nos com as mesmas incertezas e dúvidas, e sentimos a mesma necessidade de reagir de todos os outros. Fomos postos à prova. Uma prova exigente a testar a validade do património de saber, técnico e humano, que a AESE procura sedimentar e partilhar nos seus programas.

No entanto, comprovámos que tínhamos o mais importante: uma equipa unida, coesa, consciente da missão e dos valores da Escola, e com energia e entusiasmo para abraçar este desafio contando com todos. E, não há dúvida, esta pandemia foi uma “escola” de aprendizagem, em ritmo acelerado, que nos torna mais fortes para encarar a incerteza e a complexidade que caracterizam os tempos que vivemos.

O que podem os executivos, as empresas, o mundo da gestão em geral, aprender com esta “nova” realidade?

Penso que a principal aprendizagem, que não é nova, é que a competência distintiva das empresas excelentes é poder contar com pessoas comprometidas, capacitadas e motivadas. Isto quer dizer que é crítico ter uma missão e valores em redor dos quais as pessoas se identifiquem e se queiram comprometer; que é importante que essas pessoas tenham a formação operacional e estratégica que a natureza e fins da organização exige; e que é necessário que estejam motivadas para abraçar os desafios enormes que nos esperam.

“Os programas de executivos são experiências onde a transformação pessoal e profissional se interliga com um relacionamento inter-pessoal estimulante”

Na sua opinião, qual a mais valia que uma formação avançada pode proporcionar a um executivo, à sua empresa?

Os programas de executivos são experiências onde a transformação pessoal e profissional se interliga com um relacionamento inter-pessoal estimulante. Tudo isto faz parte do percurso de aperfeiçoamento de um executivo e de um líder que pretenda olhar o futuro com clarividência, e ser capaz de decisões prudentes e corajosas.

Na AESE o nosso foco é, sobretudo, a Alta Direcção. Por isso, o facto de se discutirem case-studies reais, em ambiente inter-pares e multidisciplinar, com a orientação de professores experimentados, permite uma profunda autoreflexão, uma troca de experiências diversificada e ampla, assim como uma consolidação e estruturação de pensamento e de boas práticas.

Que características devem ter, agora, um bom executivo, um bom líder para ser bem-sucedido na condução dos seus negócios, das suas equipas?

Esta nova situação trazida pela Covid-19, com a “hibernação forçada” em todo o mundo, veio chamar a atenção para a complexidade e a exigência que corresponde a uma posição de liderança. O líder, mais do que nunca, deve ser um “perito em humanidade”, capaz de se compreender a si próprio e às pessoas que com ele trabalham; ser uma pessoa capaz de ganhar a confiança das suas equipas através da competência profissional e de negócio, assim como pela integridade do seu comportamento; e ser alguém com a capacidade de mobilizar as vontades em redor de um propósito que valha a pena, que faça sentido, que justifique o alinhamento consciente das suas equipas.

“O líder, mais do que nunca, deve ser um “perito em humanidade”, capaz de se compreender a si próprio e às pessoas que com ele trabalham”

A formação executiva ainda continua a ser uma mais-valia para quem a faz?

A exigência da liderança, tal como ficou de novo patente nestes meses de crise pandémica, torna incontornável a formação executiva. Não basta avançar rápido, mas na melhor direção, e para isso é preciso pensar, melhorar e aprofundar competências. Temos de ter momentos e locais que estimulem a auto-reflexão, que nos permitam aprender de outras experiências e de outras formas de pensar.

Necessitamos de ambientes especialmente desenhados e preparados para proporcionar um contexto de aprendizagem profundo e desafiante. E o líder, por seu lado, deve ter a humildade e a clarividência de querer ser melhor pessoa e tornar melhores aqueles com quem trabalha.

No caso da AESE, os participantes valorizam ainda integrar uma rede de Alumni com mais de 7000 membros e fazer parte da rede internacional de escolas do IESE (#1 do ranking do Financial Times).

Quais as propostas formativas da AESE mais emblemáticas neste momento?

A AESE, na sua tradição de 40 anos (somos a primeira Business School de Portugal), dirige-se sobretudo à Alta Direcção das Empresas. Por isso, o Programa de Alta Direcção de Empresas, que começará em novembro de 2020 a sua 46.ª edição, é o mais característico e que melhor define a nossa Escola. E para preparar em profundidade e de uma forma muito abrangente a futura Alta Direção de Empresas, o Executive MBA AESE é a aposta certa.

A restante oferta formativa da AESE está organizada, tanto em Lisboa como no Porto, em Programas Core longos e profundamente transformacionais (de Direcção de Empresas, o PDE; e de Gestão e Liderança, o PGL), em Programas Sectoriais (para a Saúde, Agro-negócio, Energia, Organizações Sociais) e em Medium / Short Programs (com temáticas relevantes e variadas).

Neste momento, estamos a ultimar a oferta de novos Programas (por exemplo, o Business Analytics) assim como Programas inteiramente online (de Gestão Geral e de Gestão de Saúde, para já). Trabalhamos ainda com as empresas, para encontrar soluções à medida e que criem valor nesta fase desafiante.

Ou seja, estes meses de confinamento tornaram a AESE Business School mais forte e mais capaz de responder às exigentes e atuais necessidades das empresas e dos empresários que procuram a formação como aliado estratégico para consolidar e desenvolver os seus negócios.