MENU
dossiê promocional
especial transformação digital | abertura

Transformação Digital para um futuro diferente

Será que o novo normal passará pela existência de mais equipas em trabalho remoto e por ferramentas digitais mais eficientes, rápidas e simples de usar?

Texto: José Miguel Dentinho



O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, afirmou no início de março, pouco depois de ter sido anunciado o primeiro caso de Covid-19 em território nacional, que Portugal “tem de encarar a transformação digital da sociedade e da economia como verdadeiro desafio estratégico”. Na apresentação do Plano de Ação para a Transição Digital, em Lisboa, o ministro realçava a necessidade de proporcionar as condições necessárias a pessoas e empresas para aproveitarem as oportunidades que o mundo digital vai oferecer no futuro.

A transformação digital implica a mudança cultural, organizacional e operacional de empresas, grupos ou setores da economia através da integração inteligente de processos, competências e tecnologias digitais. Em princípio, deverá decorrer de forma faseada em todos os níveis e funções das empresas.

Na verdade, a transformação digital não diz respeito apenas a disrupção, tecnologia e inovação. É muito mais do que isso. É uma evolução inteligente, orientada para as pessoas, um processo de adaptação e otimização que gira em torno destas para a criação de valor. O processo não começou agora. Já estava a ser implementado um pouco pelo mundo fora. Mas o número de empresas que investiram em tecnologia nos seus locais de trabalho disparou recentemente, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus.

A necessidade de confinamento de todas as pessoas que podiam estar em regime de teletrabalho por razões de saúde fez disparar a procura de soluções para que a atividade das empresas e das suas pessoas se mantivesse como habitual. Foi muito mais do que encontrar formas de os colaboradores de cada organização ou instituição conseguirem comunicar uns com os outros de forma fluida e fácil através dos meios digitais. Foi também identificar e implementar sistemas para tornar os processos burocráticos das empresas mais simples e eficientes, pois tornam-se muitas vezes morosos porque dependentes de patamares de aprovação físicos e diversificados entre pessoas que nem sequer coabitam nos mesmos edifícios, e isto com sistemas ágeis e eficientes. E é preciso não esquecer a necessidade de comunicar de forma segura através da via digital, algo essencial nos dias que correm.

O número de empresas que investiram em tecnologia nos seus locais de trabalho disparou recentemente, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus

Expandir os negócios

As empresas que atuam em setores que vão desde os nichos de mercado aos de grande consumo estão a procurar usar a transformação digital para automatizar os seus sistemas, aumentar a sua eficácia e eficiência, poupar dinheiro, impulsionar a inovação e expandir os seus negócios. Uma pesquisa recente da Rede de Organizações dos Museus Europeus (NEMO) revelou que mais de 60% destas instituições aumentaram as suas atividades online, estabelecendo um elo essencial com as pessoas que servem.

A NEMO é uma organização independente, fundada em 1992, que representa a comunidade museológica dos Estados membros do Conselho da Europa, ou seja, mais de 30 mil museus em 40 países. Esta resposta rápida e criativa demonstra a capacidade que este setor teve para agir e mudar num momento de necessidade. É também um exemplo da forma como a transformação digital pode ser relevante para o relacionamento com os clientes, representados, no caso anterior, pelos frequentadores de museus ou, quanto muito, por aqueles que gostam de história humana e natural, ciência, artes plásticas, etc.

A melhor experiência

Para se prestar um bom serviço é necessário conhecer os gostos e necessidades de cada um dos clientes e estar preparado para antecipar ou responder rapidamente às suas solicitações e anseios, proporcionando-lhes a melhor experiência possível no seu relacionamento com a empresa. Isto significa, por exemplo, que uma estratégia de comunicação digital sólida envolve muito mais do que adicionar conteúdos online. Precisa de ter em conta a forma como nos queremos relacionar com os outros e depende das nossas capacidades digitais para escolher, por exemplo, quais as plataformas que iremos usar.

Se considerarmos que a crise exigiu que as equipas de muitas instituições museológicas assumissem responsabilidades por processos digitais sem terem sido treinadas para isso, verifica-se, desde logo, que há uma necessidade emergente de instituições culturais, como os museus, serem capazes de desenvolver essas capacidades. O mesmo acontece provavelmente com muitas empresas dos setores primário, industrial e dos serviços. Embora a aceleração da transformação digital seja evidente e, com isso, cresça a necessidade de haver mais alfabetização digital e melhoria das capacidades das pessoas de empresas e instituições para que possam ser incorporadas mais práticas digitais, nem sempre será simples definir o que tem de ser feito e a forma como poderá ser feito caso a caso, ou seja, empresa a empresa, equipa a equipa, pessoa a pessoa, para que cada organização consiga, com a sua transformação digital, atingir os objetivos pretendidos.

A tranformação digital é uma oportunidade para as empresas otimizaram processos, reduzirem custos, aumentarem as receitas e manterem-se competitivas

Criar valor

Hoje podemos dizer que existiu um mundo antes da pandemia causada pela Covid-19 e haverá outro a partir daqui. Ao nível do ambiente, da saúde, da forma como se encara o trabalho. O confinamento de muitas pessoas em todos os países do mundo fez despertar ainda mais, em cada um de nós e nas empresas, a necessidade de transformação digital.

É uma evolução inteligente orientada para as pessoas, um processo de adaptação e otimização que gira em torno destas para criar valor? É a isso que este especial da Exame procura responder, contando histórias sobre o que está a acontecer em empresas dos diversos setores da economia, sentindo quais são as suas necessidades e quais os caminhos que pretendem tomar em direção ao futuro. Como a transformação digital implica que haja mais conhecimento, vamos procurar também saber quais as vias que têm de ser percorridas para formar e treinar as pessoas das empresas e quais as áreas do conhecimento mais necessárias no mercado. Esta transformação constitui uma oportunidade para as organizações otimizarem processos, reduzirem custos, aumentarem as receitas e manterem-se competitivas nos mercados onde atuam. Não é apenas uma tendência. É também uma garantia de sobrevivência num mercado global onde surgem todos os dias novos desafios. Por isso, é hora de as empresas alinharem as suas estratégias, criarem vantagens competitivas e olharem para as soluções tecnológicas como uma alavanca para os seus negócios.