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formação de executivos | ENTREVISTA

“A formação de executivos deve estar orientada para o saber fazer”

José Crespo Carvalho, presidente do Iscte Executive Education

“Investir em nós mesmos” é o conselho do presidente do Iscte Executive Education, para quem não há investimento mais seguro do que a formação. Para José Crespo Carvalho, a formação profunda e estruturada traz sempre mais portas abertas e mais oportunidades.





Porquê formação de executivos se as pessoas já fazem licenciaturas e mestrados?

Porque ninguém conseguirá sobreviver nos dias de hoje e com a velocidade a que anda o conhecimento com a licenciatura e o mestrado. Além de que a formação de executivos deve estar orientada para o saber fazer e a aplicação prática.

Numa licenciatura e num mestrado devemos ganhar raciocínio abstrato e capacidade para pensar complexo. Na formação de executivos temos de usar essas capacidades que já temos para rapidamente nos tornarmos autónomos, conhecedores e capazes de decidir de forma empresarial. De liderar. De fazer acontecer.

E acha que este é o momento oportuno para fazer formação de executivos?

Julgo que não poderia haver melhor momento. Como dizia Warren Buffet na reunião da sua empresa por ocasião da divulgação dos resultados, o melhor que se pode fazer em inflação é investir. Mas o legendário investidor americano, CEO da Berkshire Wathaway, foi mais longe, dizendo que o verdadeiro investimento nestas alturas é em nós mesmos. Se as pessoas quiserem proteção, pois a maior proteção contra a inflação é trabalhar para estar no topo da sua área, e para isso é preciso formação. A inflação vai trabalhar a favor de alguns negócios, que naturalmente beneficiarão dela. Não irá trabalhar em favor de muitos negócios que não conseguirão nem passar a elevação de preços para o lado do cliente nem ter vantagem nas suas compras. Então o que fazer se a inflação faz o trabalho a favor ou contra o gestor? Investir em nós mesmos. A grande diferença estará, efetivamente, no que as pessoas fizerem por si próprias. A inflação não dura para sempre e aqueles que investirem em tempos de inflação são os que mais beneficiarão depois dela. Estarão preparados, e bem preparados, para o que se seguir. Buffet dizia que “quaisquer que sejam as competências que cada um tenha, se forem aproveitadas, engrandecidas e fortalecidas jamais se retirarão a essa mesma pessoa, pelo que não há efeito que a inflação possa ter sobre o investimento em si mesmo.” Ou seja, não há investimento mais seguro do que a formação.

E que áreas devem ser privilegiadas em termos de formação?

Há quem ache que deve andar sempre na crista da onda e aprender tudo o que seja o último grito de uma área enquanto ela se está a desenvolver muitíssimo. Não consigo ter essa avaliação tão simples das coisas.

Penso que as pessoas se devem formar e adquirir os conhecimentos fundamentais. Não começando pelo telhado e fazendo uma viagem às fundações parece-me fundamental. Se alguém precisa de uma formação de banda larga que o estruture e ajude a posicionar-se para o futuro, não deve nunca deixar de fazer um MBA ou um Executive MBA. Se alguém está na área da saúde, parece incontornável que saiba gerir “a saúde em que se está”. Se alguém é comercial, pois deve aprofundar a área comercial. Se alguém está nas áreas de projetos, deve fazer por se desenvolver mais e mais nessas áreas de projetos. E por aí fora.

É claro que começando a desenhar-se uma lógica tecnológica intensa, assente essencialmente em machine learning, em inteligência artificial e em blockchain, entre outras, se devem fazer formações mais longas. Como também no marketing digital. Formações de toca e foge são interessantes, mas sempre complementares a um mestrado aplicado ou a uma pós-graduação.

A formação de banda larga e mais profunda e estruturada sempre foi um garante de que o comboio que passa diante de nós, após passarmos por essa formação, traz sempre mais portas abertas. Mais oportunidades. E mais perspetivas de mudança efetiva, de crescimento de forma estruturada.