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saúde | ABERTURA

Sector da Saúde cada vez mais digitalizado e inovador

A competitividade da indústria nacional de produtos de saúde e a parceria cada vez maior entre o mundo universitário de I&D e o empresarial parecem estar a ganhar força. Quer no panorama nacional, quer internacional, as oportunidades para a inovação e tecnologia neste sector de atividade continuam a proliferar





S aúde, inovação tecnológica, transformação digital e empreendedorismo são palavras que andam cada vez mais juntas. O mercado da saúde, nas suas diferentes componentes, tem estado, sobretudo desde a grande crise da covid-19, na ordem do dia, e não estamos a falar da contestação social que tem envolvido várias classes profissionais do sector, mas sim da componente empresarial do mesmo.

As oportunidades de negócio na área da saúde sucedem-se, com novas empresas/startups a mostrarem todo o seu talento quer no desenvolvimento de fármacos, quer de dispositivos ou plataformas digitais que prometem melhorar a vida das populações, inclusive no domínio da saúde mental, que atualmente saltou para a ribalta.

Aliás, o emergente sector das chamadas health tech e medtech tem sido palco do aparecimento de invenções disruptivas de jovens talentos, muitas delas resultado da cada vez mais profícua relação e parceria entre os universos académico e empresarial. Inovações tecnológicas que têm sido suficientemente impactantes para mobilizarem investimentos de empresas de capital de risco, nacionais e internacionais, e para despertar a visão empresarial de multinacionais (farmacêuticas, de tecnologia, etc.), que não raras vezes acabam por incorporar a inovação, os produtos e serviços de empresas mais pequenas, talentosas e inovadoras.

E se, de acordo com os dados da Pordata (atualizados em agosto de 2022), os números da saúde em Portugal, no que respeita ao rácio de profissionais por cada habitante, não são propriamente os melhores – um enfermeiro por cada 129 habitantes, um médico por cada 176 habitantes e um dentista por cada 904 habitantes (fonte: INE, Pordata) –, já quando se trata de negócio a realidade mostra-se positiva e com mais dinamismo. As lacunas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm aberto espaço para a iniciativa privada (seja de hospitais ou serviços complementares e negócios indiretamente ligados à saúde) conquistar espaço no mercado nacional.

Impacto económico

Os desafios digitais, de negócio e de sustentabilidade da saúde são uma realidade para quem atua neste sector, que, apesar das vicissitudes, tem dado provas de resiliência e consistência. Vejam-se os números revelados pelo Health Cluster Portugal, com base nos dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), que apontam para um crescimento das exportações do sector na ordem dos 35% face ao ano anterior, alcançando os €2,4 mil milhões. Lembra ainda o Health Cluster Portugal que os valores de crescimento da saúde estão fortemente alicerçados nas preparações farmacêuticas, que aumentaram 48%.

Esta entidade salienta que “estes dados reforçam o peso da saúde na economia nacional e refletem o esforço que tem sido feito pelas diferentes entidades no sentido de consolidar a presença de Portugal nos mercados externos”. Ainda segundo o Health Cluster Portugal, em Portugal a saúde representa um volume de negócios anual na ordem dos €34 mil milhões e um valor acrescentado bruto de cerca de €12 mil milhões, envolvendo perto de 105 mil empresas e empregando quase 400 mil pessoas.

Na página oficial do Health Cluster, o seu presidente, Guy Villax, afirma que “o sector da saúde, embora fustigado por políticas públicas que não reconhecem o seu valor económico e impõem preços que há mais de 10 anos só descem, dá cartas nos mercados externos mais exigentes”.

Inovação reconhecida

Devido à sua performance no domínio da inovação tecnológica em saúde, Portugal tem conquistado um lugar de destaque no cenário internacional, quer pelos profissionais de que dispõe, da classe médica à investigação e desenvolvimento, quer pelos talentos que têm dado provas de grande inovação tecnológica ao serviço da saúde das populações.

Ainda recentemente Manuel Pizarro, ministro da Saúde, e Fernando Araújo, diretor executivo do SNS, formalizaram um compromisso – num encontro em Copenhaga onde foram discutidos temas como a cooperação nas áreas de tecnologia da saúde, literacia e empreendedorismo, para promover o acesso universal e equitativo à saúde – para abrir no Porto o primeiro escritório mundial da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a tecnologia, robótica e empreendedorismo em saúde. Ficará nas futuras instalações da direção executiva do SNS, reforçando assim as sinergias entre as instituições, e representa, como salientou o Ministério da Saúde, “um passo importante na ação da OMS a nível internacional, e, de um modo especial, na região europeia, uma vez que a implementação de tecnologias de saúde, acompanhada de programas de literacia digital, contribuirá de um modo decisivo para a modernização dos serviços de saúde, garantindo acesso a cuidados de saúde mais inovadores, que respondam às necessidades da população, especialmente dos mais vulneráveis”. Oportunamente será constituído um grupo de trabalho para definir os trâmites infraestruturais e de financiamento, a par da data de abertura deste escritório da OMS para a tecnologia, robótica e empreendedorismo em saúde.

CB Insights revela Digital Health internacionais mais promissoras



O impacto e o lugar que as designadas digital health têm conquistado no mundo empresarial está bem patente na análise da consultora internacional CB Insights, através do seu 4.º Digital Health 150 (https://bit.ly/3lNPQpM). Esta plataforma de análise de negócios e banco de dados global, que fornece informação sobre empresas privadas e atividades de investidores, lançou o seu ranking anual Digital Health, apresentando aquelas que considera serem as startups digital health mais promissoras do mundo, porque transformam os cuidados de saúde com tecnologia digital.

A referida lista, relativa a 2022 e onde consta a portuguesa Sword, inclui empresas que trabalham com AR/VR em cuidados de saúde, na interoperabilidade e integração de dados, cuidados domiciliários e monitorização ou cuidados híbridos, entre muitos outros sectores de atividade. Na lista de vencedores constata-se que houve um crescimento da representação global, ou seja, as empresas presentes abrangem 18 países de cinco continentes. Com 25% de empresas presentes, os EUA lideram esta lista, seguidos do Reino Unido, que ocupa o segundo lugar, com nove vencedores, do Canadá, com cinco, e do Brasil, com três.

A área de atuação de muitas das startups vencedoras está centrada nos diagnósticos. Na categoria de rastreio, monitorização e diagnóstico estão presentes 29 startups, o que representa quase um quinto da lista do Digital Health 150. Já a categoria de interoperabilidade, dados & analytics é o foco da atividade de 12% dos vencedores, a de cuidados virtuais de 11% e a de envolvimento digital com o paciente também de 11%.

Entre os critérios que estiveram na base deste ranking estão os modelos de negócio, dinâmica no mercado, financiamento, relações comerciais, perfis de investidores, posicionamento competitivo e novidade tecnológica. As startups que integram o Digital Health 150 de 2022 captaram cerca de 5,6 biliões de dólares em financiamento em 378 negócios, desde 2017.