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PME | ABERTURA

PME enfrentam um mundo de desafios

Com um perfil assumidamente resiliente, as pequenas e médias empresas portuguesas voltam a enfrentar tempos conturbados. Depois da pandemia, a guerra na Europa volta a trazer incertezas ao mundo empresarial, a braços também com a necessidade de cada vez mais ideias únicas e inovadoras que contribuam para o seu desenvolvimento e competitividade





A vida das pequenas e médias empresas nacionais está cheia de desafios. Desde a transformação tecnológica à inovação, passando pela emergência dos novos modelos de trabalho, pela cada vez mais complicada gestão de pessoas, inclusão e diversidade de géneros e procura de talentos e pelas matérias da sustentabilidade, as PME trilham um caminho cheio de incertezas. A que se junta agora, e depois dos dois anos de pandemia, a situação geopolítica conturbada que afeta a Europa, com a guerra que opõe a Rússia e a Ucrânia.

Ainda que o cenário não esteja facilitado para o sector empresarial das PME, a performance das exportações nacionais é um indicador de relevo do dinamismo das empresas portuguesas. 25,9% foi o crescimento registado nas exportações de bens de janeiro a agosto deste ano, face a igual período do ano passado. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados pela AICEP, referem que nos oito primeiros meses deste ano as exportações de bens atingiram os 51.831 milhões de euros, montante para o qual contribuíram com especial destaque mercados como Espanha, Estados Unidos, Alemanha e França.

De notar ainda que de janeiro a agosto as exportações para a União Europeia aumentaram 24,3%. Na quota de exportações totais, registaram 20,2%. Ainda neste período temporal, Espanha, com 25,9% do total, foi o principal destino das exportações de bens. Logo a seguir esteve França, com 12,4% do total, e a Alemanha, com 10,9%.

Também fora dos países que integram a União Europeia o desempenho das exportações nacionais teve um aumento, no caso de 29,7%, comparativamente a janeiro e agosto de 2021. Coube aos Estados Unidos da América (EUA) e ao Reino Unido, respetivamente com quotas de 7% e 4,9%, liderarem a lista de países destino das exportações nacionais. No cômputo geral, Espanha foi quem mais contribuiu para o crescimento das nossas exportações, com 2597 milhões de euros, seguindo-se os EUA, a Alemanha e França.

Quanto aos principais grupos de produtos alvo de exportação, coube novamente às máquinas e aparelhos o destaque, com uma quota de 13,1%, e depois o grupo dos veículos e outro material de transporte, com 11,9%. A performance positiva nacional, a par de outros indicadores, parece estar a contribuir também para a atração de empresas estrangeiras para Portugal. Ainda recentemente a AICEP anunciou que, até outubro, tinha conquistado 42 novos clientes, o que representa mais de 2500 milhões de euros de investimento e um impacto de 6100 postos de trabalho.

Acordos para apoiar PME

Os apoios financeiros, sejam eles nacionais ou de âmbito europeu, e sob a forma de programas de empréstimos, benefícios fiscais ou outros, têm dado um contributo fundamental para fomentar a competitividade das empresas e dinamizar o sector empresarial.

Ainda recentemente, no passado mês de setembro, o Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Santander Portugal firmaram um acordo que contempla um financiamento de 820 milhões de euros a pequenas e médias empresas e mid-caps, consideradas “os motores da inovação e do crescimento sustentável” e representando “a maior parte do emprego gerado no país”, destacou na ocasião o vice-presidente do BEI, Ricardo Mourinho Félix.

Este acordo, segundo o comunicado emitido na altura pelas entidades envolvidas, permitirá conceder mais empréstimos a estas organizações, sobretudo às que operam em regiões menos desenvolvidas, podendo abranger mais de três mil PME e mid-caps.

Inovação nacional em alta

A par dos números positivos, também o prestígio nacional no domínio da inovação tem vindo a ganhar destaque. Este ano Portugal subiu dois lugares no European Innovation Scoreboard (EIS) 2022, uma avaliação anual da Comissão Europeia que tem como finalidade medir e acompanhar o desempenho dos Estados-membros em termos de inovação.

Em 2022, e no conjunto dos 27 Estados-membros, o nosso país encontra-se no grupo dos países moderadamente inovadores, ao passar da 19.ª posição em 2021 para a 17.ª este ano. Entre 2015 e 2022 a performance nacional neste ranking europeu de inovação aumentou 6,4%.

O European Innovation Scoreboard (EIS) 2022 mostra ainda que Portugal tem valores acima da média dos 27 da União Europeia no que toca a indicadores como, por exemplo, o nascimento de novas empresas, o total de atividade empreendedora, os fluxos líquidos de investimento direto estrangeiro (em percentagem do PIB) e os não-inovadores com potencial para inovar. A disponibilidade dos recursos humanos qualificados, a atratividade do sistema de investigação, a digitalização e a utilização das tecnologias de informação são outros aspetos em que Portugal também se destaca.

Menos positivo foi o desempenho do país nas dimensões relativas ao investimento das empresas em inovação, ao registo de propriedade intelectual, ao impacto da inovação nas vendas das empresas e na sustentabilidade ambiental. Ficou abaixo 80% da média europeia.

Competências digitais precisam-se!

A braços com a urgência da transformação digital, muitas são também as PME que se deparam com dificuldade em encontrar perfis profissionais com competências digitais adequadas. Aliás, um estudo desenvolvido em meados deste ano pela Michael Page concluiu que as competências digitais são fundamentais para impulsionar a empregabilidade. A análise efetuada pela consultora junto de PME e também de multinacionais propôs-se averiguar quais as competências necessárias para o desenvolvimento da área digital das empresas em Portugal, numa altura em que se tem observado a procura crescente de perfis com competências digitais, o que, inclusivamente, tem levado ao aparecimento de novas profissões, essenciais para que as organizações consigam adaptar-se às novas exigências do mercado. Destacam-se na pesquisa da Michael Page as competências criativas e analíticas, profissionais especializados em SEO, em customer relationship management, em redes sociais, marketing digital, data science, e-commerce trading ou programmatic media.

Atualmente, e a par deste item, também a diversidade e inclusão marcam a atualidade da vida empresarial. De acordo com um estudo recente, desenvolvido pela Markteffect para a GoodHabitz, 84% dos colaboradores em Portugal acreditam que a sua organização deveria prestar mais atenção aos temas da inclusão e da diversidade, enquanto 75% consideram importante trabalhar numa empresa que valoriza estas temáticas. Refira-se que, de acordo com esta análise, Portugal é o segundo país europeu que mais valoriza a diversidade e a inclusão. O primeiro lugar cabe à Dinamarca.

Sustentabilidade como oportunidade estratégica

De acordo com 1.º Relatório do Observatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), 95% das grandes empresas e 77,7% das pequenas e médias empresas nacionais veem a sustentabilidade como oportunidade estratégica. Feito pelo Center for Responsible Business & Leadership da Católica-Lisbon, em parceria com a Fundação BPI “la Caixa” e a Fundação Francisco Manuel dos Santos, este relatório mediu e avaliou 60 grandes empresas e 103 PME nacionais.

No conjunto das conclusões apuradas, destaque para o facto de revelar que 76,7% das grandes empresas têm algum conhecimento ou um conhecimento detalhado dos ODS e 52,5% das PME indicam ter algum conhecimento dos ODS. Aliás, 53,4% das PME afirmam que o CEO ou a comissão executiva da sua empresa está alinhada e motiva a implementação da Agenda 2030. Por outro lado, 47%6 das PME escolhem ODS que estão alinhados com a sua estratégia e fazem parte do seu core business. Como não podia deixar de ser, as motivações das empresas para o envolvimento com os ODS são variadas. Muitas vezes estão relacionadas com o ter impacto na indústria como líder na sustentabilidade e desenvolver mais negócio, a que se juntam a obrigatoriedade de cumprir a legislação.