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tecnologia no centro da retoma | entrevista

TRH: o hub tecnológico que quer ‘vender’ Portugal lá fora

Tirando partido do trabalho remoto e do crescente número de empresas que estão a acelerar a sua transformação digital, a plataforma tecnológica nacional está a posicionar-se como um fornecedor nearshoring que se diferencia pelo know-how especializado





N asceu há pouco mais de um ano com a missão de ser um hub tecnológico especializado em sales force e service now, a trabalhar a partir de Portugal para os mercados do Centro e Norte da Europa, EUA, Canadá e Médio Oriente e tirando partido da tendência de crescimento no nearshoring e da massificação do trabalho remoto. O projeto Tech Remote Hub (TRH) foi fundado por Miguel Moreira, Vítor Lopes e Sérgio Moraes, que contam com um vasto percurso profissional no sector das tecnologias de informação (TI) e que pretendem igualmente posicionar a TRH como um fornecedor de talentos especializados, contribuindo para colmatar o desafio da escassez, transversal a todos os sectores. Em entrevista, fazem um balanço do arranque do projeto – “muito positivo”, como confirma Sérgio Moraes –, revelam os próximos passos e aspirações e apontam o percurso de crescimento que definiram, não obstante as incertezas com que o contexto atual brinda as organizações em todo o mundo.

Com que objetivo nasce o projeto Tech Remote Hub (TRH)?

A plataforma TRH nasce no final de 2021 para dar resposta a dois temas que a covid-19 trouxe e que acreditamos que vieram para ficar. Por um lado, a adoção do trabalho remoto (híbrido) e, por outro, a aceleração da transformação digital. Em paralelo, já tínhamos identificado tendências como o crescimento do nearshoring e a diminuição do offshoring para os mercados do Centro e Norte da Europa, EUA e Canadá, o que abre oportunidades de endereçar estes mesmos mercados com uma oferta especializada e de elevada qualidade, garantindo-lhes a proximidade, um fator cada vez mais valorizado neste tipo de serviços.

Adicionalmente, Portugal está no radar pela qualidade dos seus talentos qualificados, entre outros aspetos, o que nos dá a certeza de que são cada vez mais as empresas, nos mais diversos mercados, que olham para o país e que avaliam os mais diversos tipos de investimento. Por fim, a experiência dos três cofundadores em áreas como a consultoria, outsourcing em IT e processos de negócio confere-nos a experiência e a credibilidade que estes temas exigem.

Quais as áreas de negócio que operacionalizam?

Temos serviços e produto. Ajudamos as empresas a percorrerem o caminho da transformação digital com base em duas tecnologias: sales force (marketing cloud, commerce cloud, sales cloud, service cloud, mulesoft) e service now (gestão de processos de backoffice, HR, gestão de irotas, gestão de projetos, ITSM, FSO).

Com a especialização nestas duas tecnologias, apostamos em sectores verticais, como o financeiro, as telecomunicações, a indústria, os serviços ou a energia, mas, acima de tudo, estamos focados nas “dores” de negócio dos nossos clientes. Defendemos que o importante é a entrega, e não o fecho de negócio.

Felizmente, o crescimento desde o arranque do projeto tem sido constante, pelo que estamos igualmente a reforçar a capacidade das equipas atuais dos nossos clientes (squads)juniores (frequentam as nossas academias de formação), intermédios e seniores.

Sérgio Moraes é um dos três cofundadores da TRH

Que mais-valias traz este projeto?

Empresas como a TRH (boutiques) têm hoje uma atração muito significativa para os clientes finais, assim como para a retenção de talentos. Por outro lado, a especialização em duas tecnologias aporta-nos o conhecimento e o foco que asseguram uma entrega de qualidade, deixando o cliente mais confortável.

Outra vantagem é a nossa estreita ligação às universidades e politécnicos, que nos garante talentos qualificados assim que terminam a sua formação, mas que permite igualmente um trabalho colaborativo em projetos. Também por isso, e porque acreditamos que as empresas não têm de estar todas nos grandes centros urbanos, temos escritórios em Lisboa e a Guarda e abrimos durante o mês de março uma nova localização em Castelo Branco. Mas esta é apenas a nossa presença física, porque, através dos nossos colaboradores e clientes, estamos presentes desde Aveiro até Beja. A TRH é uma empresa de interesse regional das Beiras.

A nível internacional, temos colaboradores a trabalhar da Índia, Brasil, Jordânia e Bulgária e alguns começaram já a instalar-se em Portugal. Em 19 meses de atividade, somos cerca de 100 colaboradores, todos com várias certificações em SF e SN.

Que dificuldades encontram?

Principalmente poucos incentivos para as startups portuguesas. Criam-se programas para atrair multinacionais para Portugal, e bem, mas há poucos programas para empresários portugueses e para empresas com capital português. No nosso caso, estamos dedicados à exportação de engenharia portuguesa, o que tem um impacto grande na economia nacional e na imagem do país no exterior.

Neste momento estamos à procura de mais negócios na Europa, EUA e Canadá, e, para fazê-lo, temos um projeto muito interessante. Vamos criar uma newco, que agrupa várias TRH no mundo, em várias tecnologias, para partilha de leads e para ser um veículo de aceleração do crescimento. No fundo, é a construção de um ecossistema colaborativo que nos confere escala para estarmos presentes nestes mercados globais.

De que forma garantem a atração, mas também a retenção de talento?

Temos uma taxa de retenção de 90%, quando no mercado de IT a taxa de rotatividade é de cerca de 30% por ano. Por isso estamos muito satisfeitos. Somos uma “família” e não temos uma ambição de gestão e de crescimento desmedida. Criámos uma estrutura muito horizontal, de que, aliás, a equipa de liderança é exemplo, porque acreditamos que é muito mais ágil. Somos três cofundadores e optámos por não ter um CEO. Cada um de nós tem a sua área de responsabilidade, mas mantemos uma estrutura muito simples. Nas metodologias de trabalho e nos processos aplicamos a mesma ‘receita’. Todos os processos internos são muito simplificados e ágeis.

Sempre atentos às necessidades dos nossos colaboradores, praticamos valores de rates muito atrativos e procuramos estar sempre atentos às dificuldades e necessidades dos nossos colaboradores.

Apesar de estarmos geograficamente muito dispersos, tentamos promover várias iniciativas e atividades internas de convívio, como, por exemplo, as Talk To You, que, apesar de serem de participação opcional, contam com uma média de 70% de participação. No próximo mês teremos também um passeio de barco no Tejo para ver o pôr do sol. É um desafio diário promover e desenvolver uma cultura organizacional nos tempos que correm.

Qual o perfil do vosso cliente?

Essencialmente, são clientes finais (Portugal, Europa, EUA e Canadá) e integradores globais ou integradores com presença local (Europa, EUA e Canadá).

Num contexto de incerteza, que perspetivas têm para 2023?

O nosso objetivo é crescer 50% e entrar em mercados novos. Por outro lado, continuamos focados na retenção dos nossos talentos e na satisfação dos clientes, mantendo o índice elevado que já conseguimos atingir.