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especial Ambiente pós-Covid-19 | Entrevista

A energia mais limpa é sempre aquela que não é consumida

Miguel Checa, CEO da Goldenergy

A partir de agora, sabemos que a sustentabilidade não depende apenas da forma como produzimos a energia e da eficiência energética, mas também de hábitos de consumo mais sustentáveis



Miguel Checa, CEO da Goldenergy, defende que a sua empresa assumiu o compromisso de apoiar a tendência crescente do uso de energia renovável, fornecendo eletricidade de origem limpa aos portugueses.

Quais foram, para si, as consequências mais positivas para o ambiente da necessária paragem da atividade humana para atenuar os efeitos da Covid-19?

Nos últimos meses o mundo mudou bastante. As duras medidas de confinamento tiveram consequências positivas para o ambiente e para a qualidade do ar em algumas das maiores e mais movimentadas cidades do mundo. Há casos conhecidos e divulgados nos media.

Por exemplo, os níveis de poluição de Nova Iorque, cidade conhecida por gerar um elevado volume de emissões, reduziram-se quase 50% face ao período homólogo do ano passado. Na China, o país que gera o maior volume de emissões a nível mundial, os níveis caíram cerca de 25% no início do ano. Apesar de este momento não ser motivo de alegria devido a estarmos numa situação de pandemia, estes acontecimentos fazem-nos refletir.

Estamos num bom caminho. Não só os governos mas também as empresas começam a procurar usar exclusivamente energia verde. Em consequência disso, há uma maior procura e interesse em financiar investimentos nesta área. São baseados em contratos de fornecimento a longo prazo, os famosos PPA (acordos de compra de energia), que contribuem para o crescimento económico.

A Goldenergy assumiu o compromisso de apoiar estas tendências, fornecendo eletricidade com garantia de origem limpa, contribuindo, assim, para o desenvolvimento das energias renováveis. A que vendemos no quarto trimestre de 2019 teve origem eólica e a do primeiro trimestre de 2020 teve origem hídrica. No segundo trimestre deste ano será solar, e assim sucessivamente. Compramos energia para o futuro, com garantia de origem, sustentabilidade e preço, a produtores de energia renovável. Mas a energia mais limpa é sempre aquela que não é consumida.

A partir de agora, sabemos que a sustentabilidade não depende apenas da forma como produzimos a energia que consumimos e da eficiência energética, mas também de hábitos de consumo mais sustentáveis.

Será que a situação atual terá algum impacto na forma de agir das pessoas, empresas e países para se alcançar efetivamente um futuro mais promissor para o ambiente?

As empresas e os países irão acelerar a transição, já iniciada, para um modelo ambiental sustentável da economia, apoiado pelo desenvolvimento de investimentos, atividades científicas, tecnologias inovadoras e melhoria das atuais. Esta nova economia terá muito menos impacto ambiental, devido ao reforço das tendências existentes de descarbonização, da descentralização da geração de eletricidade e da digitalização.

A transição ecológica e a energia verde estão na agenda de todas as grandes empresas e governos e estarão na base do modelo económico dos próximos anos. Para o desenvolvimento sustentável ser compatível com o económico, este modelo não desperdiçará recursos e poderá constituir uma ferramenta muito significativa para investimentos e criação de empregos.

A empresa criou um fundo de 300 mil euros, o equivalente aos lucros obtidos em 2019, para ajudar os clientes com rendimentos afetados pela pandemia

Perante a necessidade de confinamento das pessoas, que já se adivinhava no início de março, que medidas a Goldenergy tomou para proteger as suas pessoas e manter a qualidade dos seus serviços junto dos clientes?

Logo a partir de março, a Goldenergy ativou o seu plano de emergência, com reuniões semanais para planificar o cenário de teletrabalho. Antes da declaração do estado de emergência, 50% da empresa já estavam em teletrabalho. A partir daí, passou a 100%. Desta forma assegurámos a segurança dos nossos colaboradores e facilitámos, a cada um deles, a conciliação entre o trabalho e as suas obrigações familiares. Mantemo-nos atentos às necessidades de todas as equipas e flexíveis, de forma a facilitar a sua vida no dia a dia, quando podemos. Nos últimos anos, a Goldenergy investiu fortemente na digitalização das suas operações, para garantir um serviço mais rápido e melhor e garantir aos clientes preços baixos. Este investimento foi fundamental para enfrentarmos a situação inesperada criada pela Covid-19 e garantir a produtividade e qualidade de atendimento aos clientes. Não é por acaso que a Goldenergy foi a empresa com um rácio de reclamações mais baixo na última comunicação do regulador do mercado, a ERSE.

Por outro lado, complementámos a 100% os ordenados dos funcionários que tiveram de pedir baixa laboral para cuidar de familiares. Para além disso, a empresa criou um fundo de 300 mil euros, o equivalente aos lucros obtidos em 2019, para ajudar os clientes com rendimentos afetados pela situação de pandemia. Com este fundo, a Goldenergy já ofereceu a mais de mil famílias um mês de eletricidade e gás. Conseguimos criar e implementar esta ideia num fim de semana, o que demonstra a motivação da equipa da Goldenergy e a sua capacidade de criar e levar até ao fim os projetos. Sinto-me orgulhoso de a liderar.

Paralelamente, lançámos a campanha Corrente de Boa Energia, que estará disponível online até ao final de maio. Tem como principal objetivo criar o maior cordão humano virtual a nível nacional, para apoiar financeiramente o Centro Hospitalar de Vila Real, onde fica o nosso serviço de atendimento ao cliente.

A Goldenergy trabalha para mostrar aos portugueses que a energia verde é tão ou mais eficiente que as outras, e a preços acessíveis

Hoje, 80% da energia consumida pela atividade humana ainda têm origem em fontes primárias. Qual o papel que empresas mais verdes, como a Goldenergy, poderão ter no impulsionar da mudança para um paradigma energético mais sustentável em termos ambientais?

Efetivamente, não há planeta B. Mais do que assustar, esta frase deve levar-nos a refletir sobre o futuro que queremos para o nosso planeta. Neste momento é muito importante demonstrar à sociedade o valor do contributo de cada um quando escolhe a energia que consome. Nesta linha de pensamento, a Goldenergy tem trabalhado para desmistificar a energia verde junto dos portugueses e mostrar que consegue ser tão ou mais eficiente que as outras, e a preços acessíveis.

Antes da pandemia da Covid-19, construímos as primeiras instalações de painéis fotovoltaicos. Rapidamente superaremos a pandemia e começaremos a potencializar esta linha de serviço.

Uma das nossas últimas medidas foi o lançamento do Tarifário Sustentável, devido a ser relativo a energia 100% verde e ter uma redução de preço na ordem dos 13%. Consegue gerar poupanças que chegam aos 250 euros por ano, quando comparadas com o mercado regulado, para perfis de consumo padrão. O lançamento de tarifários mais baratos foi uma das formas de a Goldenergy apelar aos portugueses para se preocuparem mais com o ambiente e mudarem para fontes de energia sustentáveis.

O que é que seria necessário fazer, mais e melhor, a partir do momento atual, para se atingirem as metas do Acordo de Paris?

A resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) intitulada “Transformar o nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável”, constituída por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, define 169 metas. Na Goldenergy temos essas metas presentes no nosso dia a dia, especialmente as da igualdade de género, de acesso sustentável, moderno e a preço acessível à energia, da promoção do crescimento económico sustentado, assegurando padrões de produção e de consumo nesse sentido, e ajudando a divulgar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e os seus impactos.

A pandemia pode provocar uma redução das emissões de gases com efeito de estufa de 4% em 2020. Mas é algo temporário. A maioria dos países e empresas já tem planos de redução significativos e países como Portugal vão, com certeza, atingir os objetivos mais cedo do que o previsto. Mas para o efeito ser global é preciso que este esforço seja feito a nível mundial.