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especial Ambiente pós-Covid-19 | CASOS DE SUCESSO

Portugueses mudam comportamento de produção de resíduos

Fernando Leite, administrador-delegado da Lipor

Durante o período de confinamento, desperdiçou-se menos e reciclou-se mais, diz Fernando Leite, administrador-delegado da Lipor





Para enfrentar os efeitos da pandemia de Covid 19, a Lipor, empresa responsável pela gestão, valorização e tratamento dos resíduos urbanos produzidos em oito municípios do Grande Porto, preparou preventivamente planos de contingência para as suas três fábricas. “Houve que alterar as regras de higiene e proteção individual dos colaboradores e colocar em teletrabalho 50% dos efetivos, essencialmente quadros dirigentes, técnicos, pessoal administrativo e de apoio”, diz Fernando Leite, administrador-delegado da empresa.

Novos investimentos

Para o resto da equipa, foi necessário reduzir o horário de trabalho dos diversos turnos. O gestor acrescenta que foram criadas rotações semanais, mantendo sempre um grupo de prevenção para suprir necessidades de emergência. “Em termos de reciclagem multimaterial, houve que cumprir as determinações das autoridades de tutela, que impuseram uma quarentena de 72 horas para os materiais recebidos dos serviços municipais, antes de serem processados”, explica o gestor.

Em paralelo, a empresa continuou a desenvolver concursos para concretizar novos investimentos. Está atualmente a aguardar a apresentação de propostas para a implementação de projetos no valor de oito milhões de euros. Entre eles está prevista a construção e montagem de uma linha automática de separação de embalagens, de uma nova linha de granulação de composto orgânico para a agricultura e a construção e montagem de uma linha de produção de substratos para o mesmo setor.


Cenários do futuro

No período pós-Covid-19, o comportamento dos portugueses também mudou em relação à deposição de lixo e matérias para reciclagem. O seu confinamento, em conjunto com as necessárias precauções para se evitarem contágios, “originou o crescimento da quantidade de embalagens colocadas para reciclagem e uma forte quebra na produção de resíduos orgânicos”, conta Fernando Leite. “Os cidadãos, talvez pressentindo a crise financeira e o desemprego, começaram a aproveitar melhor os bens alimentares, desperdiçando menos”, acrescenta.

Lipor está a preparar investimentos na ordem dos oito milhões de euros

Até agora, e graças ao seu sistema de gestão, a Lipor não depositou resíduos em aterro. Fernando Leite perspetiva que estas tendências se mantenham para o futuro, principalmente se se mantiver a situação atual de uma economia onde os rendimentos das famílias baixaram e o emprego continua a decrescer. Para ele, há hoje um novo normal do comportamento dos portugueses, mais benéfico, por representar taxas de desperdício alimentar mais baixas. A Lipor já tem uma equipa de projeto a preparar os cenários do futuro, para uma adaptação mais fácil. De qualquer forma, com a abertura gradual do mercado nacional, incluindo cafés, restaurantes e similares, “a produção de lixo e outros resíduos deverá crescer significativamente, tal como a de materiais para reciclagem”, diz ainda Fernando Leite.