Fatores ambientais influenciam doenças causadas por coronavírus

Cientistas e especialistas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estão a reunir factos científicos sobre o coronavírus

Embora ainda não haja certeza plena em relação à forma como as primeiras contaminações se deram e à maneira como o vírus se transmite, há algumas ideias que vale a pena conhecer, segundo a ONU:

– As interações entre humanos e animais selvagens expõem-nos à transmissão de agentes patogénicos. Para muitas das zoonoses (doenças infecciosas dos animais transmissíveis ao ser humano), o gado serve como ponte epidemiológica entre a vida selvagem e as infeções humanas.

– Entre os fatores determinantes para o aparecimento de doenças zoonóticas estão mudanças na Natureza devido à atividade humana. É o caso das mudanças no uso da terra resultantes de avanço das explorações agrícolas sobre os territórios de floresta, com consequências nas alterações climáticas. Mas também as mudanças nos animais, nos hospedeiros humanos e nos patogénicos, o que pode implicar a exploração de novos hospedeiros.

– Os morcegos associados à emergência de doenças causadas por vírus estão a perder os seus habitats devido à desflorestação e expansão agrícola. É preciso não esquecer que estes animais desempenham um papel importante, porque se alimentam de insetos e são polinizadores noturnos.

– A integridade dos ecossistemas pode ajudar a regular as doenças, porque suportam uma biodiversidade de espécies elevada, que dificulta o crescimento, dominância e transmissão dos agentes patogénicos para o exterior.

– É impossível prever de onde virá o próximo surto ou quando será. Mas há dados que mostram que os surtos e doenças epidémicas podem tornar-se mais frequentes à medida que as mudanças de clima se acentuarem.