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“Temos uma visão 360º do mercado e é com essa postura que continuamos”

Patrícia Barão, Head of Residential da JLL Portugal

Com lojas em Lisboa, Porto, Cascais, Oeiras e Algarve, a JLL quer contribuir para impulsionar o mercado imobiliário nacional. Com uma visão 360º da atividade, a empresa lembra que a pandemia “mudou a forma como olhamos a casa” e acredita que Portugal está bem posicionado para (re)captar investimento internacional





Como é que o sector imobiliário se está a adaptar à nova realidade devido à pandemia?

Apesar de estarmos perante uma situação inesperada e que inicialmente foi de paragem abrupta da economia, o sector imobiliário tem-se mostrado muito resiliente e está a conseguir adaptar-se de forma positiva. A nível dos processos, o sector tem mostrado uma capacidade de resposta muito importante, com uma aposta crescente na inovação e na digitalização, o que tem sido especialmente importante na área de mediação. No que se refere à dinâmica de mercado, apesar de o ritmo das transações ter sido impactado, o mercado tem mostrado uma boa capacidade de reação. Nesta altura já há mais movimento na procura de casas, na procura de escritórios e uma postura mais ativa também no investimento. O mais importante é saber que não perdemos os nossos fatores distintivos e que no momento pré-Covid exibíamos indicadores de mercado muito fortes e uma reputação internacional muito consolidada.

No vosso caso em particular, que estratégias adotaram para combater a crise?

Na JLL reforçámos fortemente o uso da tecnologia e das diferentes ferramentas digitais. Esta aposta permitiu-nos não só manter o nível de serviço e a relação de proximidade com os clientes em todas as áreas de negócio, como gerar novos negócios mesmo durante a pandemia, tendo aumentado consideravelmente o número de reuniões digitais com clientes nacionais e internacionais. Por exemplo, na área de habitação utilizámos recursos digitais muito interessantes, como as visitas em live streaming, que garantem visitas personalizadas aos imóveis mesmo num contexto de obrigatoriedade de afastamento social.

O confinamento levou as pessoas a “viverem” mais as suas casas. Que mudanças sentiram no consumidor a este nível? As pessoas estão a mudar a perceção da sua habitação? O perfil de procura de casas alterou-se?

A questão da pandemia fez com que vivêssemos as casas de maneira diferente. Tornaram-se não só o sítio onde dormimos como também onde ajudamos os nossos filhos a estudar, onde trabalhamos e onde passamos o nosso tempo livre. Naturalmente, esta experiência veio mudar a forma como o consumidor olha para a casa, evidenciando novas prioridades. Ou seja, os consumidores continuam a valorizar os aspetos de sempre, como a localização, a luz natural, o estacionamento, etc., mas esta utilização mais inclusiva da casa que a pandemia impôs veio reforçar em muito a importância de aspetos que antes eram secundários, dos quais se destacam a criação de um espaço privado para trabalho e a maior valorização dos espaços exteriores.

A JLL fez recentemente o estudo Teve a pandemia da Covid-19 impacto nas necessidades habitacionais?. Que conclusões foram mais surpreendentes?

Diria que foi o facto de, apesar de não ter vindo trazer alterações de fundo no estilo de vida dos consumidores, a pandemia ter efetivamente mudado a forma como olhamos a nossa casa. Emergiu uma clara preocupação com as questões relacionadas com o bem-estar e o lazer, em contraponto ao pré-covid, quando os critérios de procura de casa eram mais marcados por uma perspetiva utilitarista e quotidiana. Essa questão de darmos à nossa casa usos que estavam praticamente esquecidos, e termos que o fazer de forma simultânea, veio criar necessidade de novos espaços. Pelo aumento do número de horas que passamos em casa e pela crescente integração do teletrabalho, termos um espaço exterior privado e um escritório doméstico emergiram como duas “novas” necessidades. Não são novidades na lista de critérios que já se consideravam na procura de casa, mas o estudo mostrou que com a pandemia ganharam uma importância nunca vista. De tal forma que emergem também como os principais alvos de ajuste para quem já tem casa.

Que tendências prevê nas casas e nos escritórios no pós-Covid-19?

A grande tendência quer nas casas quer nos escritórios será a nível da reorganização do espaço, decorrente das necessidades que a pandemia veio colocar em evidência. Na habitação, como referi, estamos a falar de uma maior integração de espaços exteriores (que, aliás, era uma tendência já em curso antes da pandemia) e de áreas desenhadas já a pensar na realização de tarefas profissionais em casa, numa das faces do teletrabalho. Nos escritórios, temos a outra face do teletrabalho, nomeadamente a reestruturação dos espaços presumindo uma utilização menos densificada do escritório. Naturalmente, os espaços de trabalho individual tenderão a ser mais flexíveis, ao mesmo tempo que haverá uma maior aposta nos espaços de uso comum e de trabalho em equipa.

“A questão da pandemia fez com que vivêssemos as casas de maneira diferente”

Qual a visão da JLL para a mediação imobiliária do futuro, tendo em conta a transformação digital de que também este sector tem sido alvo?

A mediação do futuro tem que ser inovadora a nível tecnológico, sem perder a capacidade do contacto e acompanhamento personalizado do cliente. A pandemia veio acelerar a digitalização deste sector, com um uso mais intensivo das ferramentas digitais quer a nível de marketing e vendas quer a nível dos próprios processos administrativos. Isso permitiu criar uma oportunidade no atual momento de crise, mas tem sido também um ótimo teste-piloto para o futuro. Num mundo cada vez mais digitalizado e globalizado, com clientes de toda a parte do planeta, esta poderá ser uma solução a utilizar com maior frequência em alguns momentos da negociação. Isso permitirá poupar tempo aos nossos clientes e investidores, além de otimizar o trabalho das nossas equipas. Já sentimos esse reflexo no aumento de reuniões digitais preparatórias, que antecipam as viagens dos clientes internacionais (logo que se normalizem as viagens aéreas), mas não deixa de ser curioso que os clientes mantenham o interesse e gosto em reunir pessoalmente, seja no nosso escritório ou nas visitas presenciais às nossas casas.

“Reforçámos fortemente o uso da tecnologia e das diferentes ferramentas digitais”

Quais as vossas apostas para este ano: sector residencial, escritórios, espaços comerciais...?

A nossa aposta não é setorial. Temos uma visão 360º do mercado e é com essa postura que continuamos, com o objetivo de manter níveis de atividade sólidos em todas as áreas de negócio, obviamente que no contexto da atual conjuntura do mercado. Nas áreas transacionais estamos muito focados em contribuir para a retoma rápida da atividade do sector imobiliário português e também acreditamos que o segundo semestre vai já trazer uma dinâmica renovada à venda de casas, ocupação de escritórios e também ao investimento. As áreas de negócio não transacional também estão bem preparadas para dar resposta aos proprietários, investidores e ocupantes que estão (ou querem estar) ou continuam ativos no mercado. Na atual conjuntura, estas linhas de serviço têm também um papel muito importante para a retoma do mercado, por exemplo a nível de consultoria estratégica ou de avaliações.

Quais as ambições da JLL para 2021?

Queremos estar ao lado dos nossos clientes, das nossas pessoas e da comunidade, ao mesmo tempo que contribuímos para impulsionar o mercado imobiliário português de forma a recolocá-lo no ponto promissor de onde partiu em inícios de 2020. O mercado português não perdeu os fatores distintivos e estamos muito bem posicionados para (re)captar investimento internacional logo que se comece a reativar a atividade a nível global. Queremos ter um papel ativo nessa retoma.