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ISAG

A importância da literacia financeira na retoma das empresas mais afetadas pela pandemia

Elvira Pacheco Vieira, diretora-geral do ISAG – European Business School



DE ACORDO COM DADOS DA OCDE, Portugal ocupa um honroso 7.º lugar no ranking de literacia financeira, acima da média dos 26 países participantes no International Network on Financial Education. No entanto, este tema continua a representar um sério desafio para o nosso tecido empresarial, sobretudo num contexto de crise económica provocada pela pandemia. As semelhanças com a crise do euro, que aconteceu há cerca de uma década, estão a reabrir feridas que julgávamos saradas e que colocam as economias do Sul da Europa dependentes de sectores como o turismo, numa posição mais vulnerável e com previsão de recuperação mais lenta que outros Estados-membros. Em Portugal, recusa-se o caminho da austeridade, que poderá ser evitado com o auxílio da “bazuca” europeia (Mecanismo de Recuperação e Resiliência), que tantos títulos tem feito nos nossos jornais.

Em particular, e absolutamente relevante para o universo das pequenas e médias empresas (PME), muito se tem discutido sobre o arranque do renovado – e reforçado – Fundo InvestEU. Este programa estima mobilizar mais de 400 milhões de euros nos próximos seis anos para os Estados-membros apoiarem as PME mais afetadas pela pandemia, sobretudo nos sectores do turismo, hotelaria e restauração. Não obstante os aplausos que a iniciativa merece, importa planear a forma como os nossos empresários poderão usar estes apoios. Isto porque este não deverá ser um programa que visa apenas garantir a solvabilidade das empresas, mas também apoiá-las na manutenção de empregos de qualidade e na promoção da sua competitividade e capacidade produtiva, para que possam não apenas resistir aos desafios da crise, mas também regressar mais fortalecidas.

Por esse motivo, é indispensável criar uma rede de suporte aos empresários, muitos isolados e desorientados, disponibilizando mentoria e formação sobre os apoios disponíveis, assim como acompanhamento na reedificação das suas estratégias de negócio. Um papel determinante para garantir que os fundos que estão a chegar a Portugal serão bem aplicados e que vão, de forma efetiva, contribuir ativamente para a recuperação económica do país.