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especial transformação digital | opinião

Fazer o que ainda não foi feito

Bruno Miguel Vieira, Coordenador da Pós-Graduação em Digital Marketing Strategy do ISAG – Business School

Fizemos muito pela digitalização em contexto adverso. Agora, façamos da resiliência e criatividade as bases do muito que temos por fazer





T odos reconhecemos o forte impulso dado pela pandemia à digitalização de todos os sectores. Mas a adaptação conseguida pelas empresas, apesar de extraordinária, é insuficiente enquanto resposta estratégica para diferenciar Portugal enquanto mercado inovador e competitivo.

Prova disso é o facto de a transição digital encabeçar as prioridades do Plano de Recuperação e Resiliência português, que admite a necessidade de “recuperar o atraso” das empresas neste âmbito. É, de facto, fundamental democratizar o acesso a meios digitais que potenciem a eficácia dos processos de produção, gestão, comercialização e contacto com o cliente, para tornar Portugal um “ator europeu em TIC”, como já se preconizava na Estratégia de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente definida em 2014. Mas é necessário adicionar novos investimentos e recursos como a inteligência artificial, a análise de dados ou a realidade virtual e aumentada, que potenciem as áreas onde o país se destaca e extraiam delas os melhores resultados.

No que aos recursos humanos diz respeito, em vez de substituição, falamos também de transição digital. As empresas terão de preparar os seus profissionais para a correta operação e interpretação dos recursos tecnológicos a implementar. Como estarão mais interessadas em profissionais com fortes competências digitais, todo o sistema de ensino deve ser repensado para a nova realidade digital. No caso do ensino superior, esta necessidade é ainda mais premente. São, mais do que nunca, fundamentais programas que permitam, de forma mais rápida e prática, recapacitar profissionais que já estão no mercado e formações mais longas e especializadas criadas ou atualizadas para os outros.