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VINHOS 2019 OS MELHORES DO ANO

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Um mapa de cheiros e sabores

Somos pequenos em tamanho, é um facto. Mas dentro deste retângulo, talhado junto ao Atlântico, existem quase 300 castas autóctones e 14 regiões vitivinícolas, com características bem distintas. Dos verdes do Minho ao espumante da Bairrada, passando pelo Moscatel de Setúbal ou pelo afamado Porto, há um mundo para descobrir

TEXTO Luísa Oliveira



1 DOP VINHO VERDE

2 DOP TRÁS-OS-MONTES

3 DOP DOURO

4 DOP PORTO

5 DOP TÁVORA-VAROSA

6 DOP LAFÕES

7 DOP DÃO

8 DOP BAIRRADA

9 DOP BEIRA INTERIOR

10 DOP ENCOSTAS D'AIRE

11 DOP ÓBIDOS

12 DOP ALENQUER

13 DOP ARRUDA

14 DOP TORRES VEDRAS

15 DOP LOURINHÃ

16 DOP BUCELAS

17 DOP CARCAVELOS

18 DOP COLARES

19 DOP DO TEJO

20 DOP SETÚBAL

21 DOP PALMELA

22 DOP ALENTEJO

23 DOP LAGOS

24 DOP PORTIMÃO

25 DOP LAGOA

26 DOP TAVIRA

27 DOP MADEIRA

28 DOP MADEIRENSE

29 DOP GRACIOSA

30 DOP BISCOITOS

31 DOP PICO

Vinho Verde

Existe desde 1908 e é a maior do País, com 34 mil hectares. Está dividida em nove sub-regiões: Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva e Sousa.

Desde 1999 que caminha para ser um dos mais promissores lugares para a produção de vinhos espumantes.

Mas esta região tem como imagem de marca a casta Alvarinho e o vinho verde, naturalmente leve, fresco, refrescante, aromático e, por isso mesmo, diferente de todos os outros.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Alvarinho, Arinto (Pedernã), Azal, Loureiro, Avesso e Trajadura

■ Tintas Borraçal, Espadeiro, Brancelho e Vinhão



Trás-os-Montes

Já no tempo da ocupação romana, no século I a.C., se cultivava a vinha e se produziam néctares nesta região. Hoje, ela encontra-se dividida em três sub-regiões: Chaves, Valpaços e Planalto Mirandês.

Aqui, e como o clima varia entre o seco do verão e as temperaturas baixas do inverno, os vinhos brancos resultam suaves, com aroma floral, e os tintos, frutados e ligeiramente adstringentes.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Côdega-do-Larinho, Malvasia-Fina, Fernão-Pires, Gouveio, Rabigato, Síria e Viosinho

■ Tintas Bastardo, Tinta-Roriz, Marufo, Touriga-Franca, Touriga-Nacional e Trincadeira



Porto e Douro

Desde 2001 que a região do Douro é Património da Humanidade pela UNESCO, culpa das suas encostas íngremes, em escarpa, por onde corre o rio com o mesmo nome.

É a mais antiga demarcação vinícola do mundo, datada de 1756, quando Marquês de Pombal, o célebre secretário do reino de D. José I, a criou. A sua área supera os 40 mil hectares e divide-se em três sub-regiões: o Douro Superior, o Alto Corgo e o Baixo Corgo.

É também no Douro que nasce o afamado vinho do Porto. As castas aqui cultivadas são célebres, pois algumas remontam à Idade Média.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Malvasia-Fina, Gouveio, Rabigato e Viosinho

■ Tintas Touriga-Nacional, Touriga-Franca, Tinta-Barroca, Aragonez, Tinto-Cão, Tinta-Amarela (Trincadeira) e Souzão



Távora e Varosa

Situada entre os 500 e os 800 metros de altitude, a vinha excede os dois mil hectares, numa propriedade que se encontra muito dividida em pequenas parcelas. Das condições do solo e climatéricas, resultam vinhos brancos com aroma intenso, brilhantes e frescos.

No caso dos tintos, o aroma é delicado e vai melhorando com o tempo. Esta foi a primeira região a ser demarcada para a produção de espumante DOC em Portugal, no ano de 1989, e as castas francesas Chardonnay e Pinot Noir são as responsáveis pela atestada qualidade.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Bical, Cerceal, Fernão-Pires, Gouveio e Malvasia-Fina

■ Tintas Tinta-Barroca, Tinta-Roriz, Touriga-Franca e Touriga-Nacional



Bairrada

Se estas vinhas se destinam a produtos com a denominação Bairrada, têm de cumprir o regulamento que as obriga a estar localizadas em solos “calcários pardos ou vermelhos”, em “solos litólicos húmicos ou não húmicos”, ou em “podzóis de materiais arenáceos pouco consolidados”.

As explorações mais representativas são de dimensão reduzida e a área ocupada pelas vinhas não ultrapassa os dez mil hectares.

A Bairrada é, desde tempos remotos, terra de muitos e bons vinhos, com base em castas de alta qualidade, mas só mais recentemente se permitiu plantar castas internacionais desta região DOC.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Fernão-Pires, Arinto, Rabo-de-Ovelha, Cercial e Chardonnay

■ Tintas Baga, Touriga-Nacional, Tinta-Roriz, Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot e Pinot Noir



Dão e Lafões

Esta região está situada no Centro de Portugal, entre o Litoral e o Interior. A tradição vitivinícola é milenar, mas foi a partir da segunda metade do século XIX que se assistiu ao seu desenvolvimento – enquanto as vinhas europeias sucumbiam à filoxera, o Dão manteve as suas características.

Em 1908 nasceu a segunda região demarcada nacional, com uma extensão de 376 mil hectares. Os brancos daqui são aromáticos, equilibrados e frutados, os tintos bem encorpados e complexos após envelhecimento em garrafa. Lafões é uma pequena região de transição, onde as castas de referência branca são Arinto, Cerceal, Dona-Branca, Esgana-Cão e Rabo-de-Ovelha, sendo os tintos dominados pelas castas Amaral e Jaen.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Encruzado, Bical, Cerceal, Malvasia-Fina, Rabo-de-Ovelha e Verdelho

■ Tintas Touriga-Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta-Roriz, Baga, Bastardo e Tinta-Pinheira



Beira Interior

Esta denominação, localizada no Interior do País, nasceu em 1999, resultado da junção das regiões de Castelo Rodrigo, Cova da Beira e Pinhel, que entretanto passaram a sub-regiões.

O seu passado vitivinícola tem origem na fundação da nacionalidade e hoje existe uma área de cerca de 16 mil hectares e uma grande variedade de castas.

Estes vinhos são influenciados pelas serras da Estrela, da Marofa e da Malcata – são produzidos a altitudes que variam entre os 400 e os 700 metros.

Os brancos são aromáticos e frescos, e os tintos revelam aromas a frutos silvestres e especiarias. A região produz ainda rosados e palhetes, bem como espumantes.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Arinto, Fonte-Cal, Malvasia-Fina, Rabo-de-Ovelha e Síria

■ Tintas Bastardo, Marufo, Rufete, Tinta-Roriz e Touriga-Nacional



Lisboa

Esta região que já teve vários altos e baixos ao longo da sua história vitivinícola é composta por nove denominações de origem, agrupadas em três conjuntos geográficos: Bucelas, Colares e Carcavelos (no Sul), Alenquer, Arruda, Lourinhã, Óbidos e Torres Vedras (no Centro) e Encostas d’Aire (no Norte).

A seleção de castas, o reconhecimento mais recente de novas denominações de origem, as melhorias tecnológicas generalizadas, o empenho do viticultor e a sabedoria do enólogo foram fundamentais para colocar estes vinhos da Estremadura num patamar de qualidade, capaz de fazer concorrência com outras regiões do País.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Arinto, Fernão-Pires, Malvasia, Seara-Nova e Vital

■ Tintas Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão, Tinta-Miúda, Touriga-Franca, Touriga-Nacional e Trincadeira



Tejo

Esta Denominação de Origem apresenta seis sub-regiões: Almeirim, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Santarém e Tomar. E os solos variam conforme a proximidade do rio Tejo.

O Ribatejo já foi célebre por produzir enormes quantidades de vinho que abasteciam especialmente os restaurantes e tabernas de Lisboa, mas hoje a legislação pouco restritiva permitiu que se introduzissem outras castas portuguesas e estrangeiras.

São 22 mil hectares de vinha e apenas 1 850 estão certificados para a produção de vinho DOC. No entanto, o terroir do Ribatejo sente-se em qualquer vinho, que se caracteriza por brancos muito frutados e de aromas tropicais ou florais, e por tintos jovens, aromáticos, de taninos suaves.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Fernão-Pires, Arinto, Tália, Trincadeira-das-Pratas, Vital e Chardonnay

■ Tintas Trincadeira, Castelão, Touriga-Nacional, Cabernet Sauvignon e Merlot



Península de Setúbal

Compreende as Denominações de Origem Palmela e Setúbal e a designação de vinhos regionais Península de Setúbal. A maior parte dos produtores da região utiliza a casta Castelão (conhecida por Periquita).

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Arinto, Fernão-Pires e Moscatel de Setúbal

■ Tintas Alfrocheiro e Trincadeira



Alentejo

É uma das maiores regiões vitivinícolas de Portugal e está dividida em oito sub-regiões: Reguengos, Borba, Redondo, Vidigueira, Évora, Granja-Amareleja, Portalegre e Moura.

Os vinhos brancos DOC alentejanos caracterizam-se por suavidade, acidez e aromas tropicais. Os tintos são encorpados.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Roupeiro, Antão-Vaz e Arinto

■ Tintas Trincadeira, Aragonez, Castelão e Alicante Bouschet



Algarve

Região demarcada desde 1980, só ultimamente tem apostado na revitalização do setor, com a replantação de castas, a modernização das adegas e novos métodos de produção. Hoje existem quatro Denominações de Origem: Lagos, Portimão, Lagoa e Tavira.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Arinto e Síria

■ Tintas Castelão e Negra-Mole



Madeira

Apesar de a viticultura existir desde a descoberta da ilha, a Denominação de Origem da Madeira só apareceu em 1990, depois do reconhecimento internacional dos seus vinhos, especialmente do fortificado.

CASTAS DOMINANTES

■ Brancas Sercial, Verdelho, Boal e Malvasia

■ Tintas Tinta-Negra



Açores

São apenas três as ilhas em que a cultura da vinha assume algum significado, e as suas Denominações de Origem foram todas criadas em 1994 – Graciosa, Biscoitos e Pico.

Os generosos açorianos são frescos e ácidos, e o da ilha do Pico é considerado o de maior destaque.

CASTAS DOMINANTES

■ Verdelho, Arinto, Terrantez, Boal e Fernão-Pires




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